Guy Ligier, famoso pela escuderia que transportou o seu nome ao longo de 326 Grandes Prémios (com 9 vitórias), ao longo de vinte anos, faleceu aos 85 anos. Começou por se tornar famoso como jogador de râguebi, antes de se deixar tentar pelas motos, até se fixar como piloto de automóveis, chegando a correr na F1,embora sem sucessos de monta, com um único ponto marcado.
Em 1968 passou a construtor, designando todos os seus carros com a sigla JS, em memória do seu grande amigo, o piloto Jo Schlesser, falecido no G.P. de França desse ano. Começou nos Sport-Protótipos, depois de comprar os activos da equipa Matra (seria 2.º em Le Mans-1975), mas viria a estrear-se na F1 em 1976, conseguindo a primeira vitória logo na época seguinte, com Jacques Laffite, no Ligier JS7, na Suécia.
Os anos de ouro da sua equipa foram entre 79 e 81, quando somou mais sete sucessos, cinco por Laffite, um por Patrick Depailler e um por Didier Pironi. Depois, foi uma longa travessia do deserto, que passou pela venda da equipa a Cyril de Rouvre, até uma inesperada vitória no G.P. do Mónaco de 1996, com Olivier Panis. Mas aí já a Ligier se debatia com gravíssimos problemas financeiros e acabou vendida a vender a equipa a Alain Prost que fundaria a Prost Grand Prix que alinharia até 2001.
Entretanto, Guy Ligier não ficou parado e tornou-se célebre ao comercializar uma gama completa de micro-carros, além de negociar em fertilizantes. Um homem de sucesso que, na F1, corporizou aquilo que se costuma denominar por um «racer», mas que acabou por sucumbir à crescente profissionalização e comercialização do desporto. A pista de Magny-Cours tem um museu em que dedica uma ala só aos monolugares de Guy Ligier, homenagem justa a um dos nomes mais destacados da Fórmula 1 «em francês».