Lewis Hamilton deu o passo decisivo para a conquista do terceiro título mundial de Fórmula 1, com a vitória no G.P. da Rússia e aproveitando o abandono prematuro do colega de equipa, Nico Rosberg, com um problema mecânico quando liderava a corrida. Ao obter a 42.ª vitória –empata com Vettel como o piloto mais vitorioso em actividade –, ficou com 66 pontos de avanço para o alemão da Ferrari e 73 para Rosberg. O que significa que poderá ser campeão já nos Estados Unidos, se somar mais 9 pontos que Vettel e 2 que Rosberg!
Quanto ao título de Construtores da Mercedes, a equipa teve de esperar pela decisão dos Comissários Desportivos em relação a uma manobra de Raikkonen na última volta, quando pôs Bottas fora. Ao penalizarem o finlandês da Ferrari em 30 s (com justiça, diga-se), fizeram com que baixasse de 5.º para 8.º, dando os três pontos de que a Mercedes precisava para ser campeã, garantindo o segundo título de Construtores consecutivo!
Rosberg até começou bem, defendendo a liderança do ataque de Hamilton na primeira curva e até ganhando ligeira vantagem. Mas desta vez seria o seu carro a não o querer ajudar e um problema com o pequeno amortecedor que contra o pedal do acelerador obrigaria o alemão a abandonar. «Notei o problema quando estávamos atrás do Safety Car e cada vez o pedal ficava mais acima e eu puxava a perna, até que já estava a bater no volante e não conseguia virar», contaria um desolado alemão que, agora, fica praticamente arredado da luta pelo título e passado por Vettel no Mundial…
A partir daí, e sem problemas de consumo – para mais com um segundo Safety Car por causa de violento despiste de Grosjean (Lotus) – Hamilton pôde forçar o ritmo e ter uma corrida supertranquila, apenas se preocupando com uma asa traseira algo instável mas que se aguentou até final. E assim foi fugindo a Valtteri Bottas (Williams), visivelmente mais rápido que os Ferrari… enquanto teve pneus. Mas, uma vez mais, a Williams foi demasiado conservadora na estratégia e chamou o finlandês duas voltas tarde demais para a troca de pneus, voltas em que Bottas perdeu muito tempo para Vettel e Raikkonen. Resultado: nas paragens, teve de conceder o 2.º lugar ao alemão e salvou o 3.º por muito pouco do finlandês…
Entre os carros da Scuderia, Raikkonen começou que nem um foguete chegando a 3.º com um fabuloso arranque, mas queixou-se de falta de velocidade na recta e acabou por perder lugares para Bottas (num recomeço de prova) e Vettel (numa bela luta!). Vettel passou a fazer uma prova isolado, enquanto Raikkonen ficou o resto da corrida colado ao compatriota da Williams mas sem conseguir passá-lo. Ao mesmo tempo, ambos procuravam apanhar os dois pilotos que tinham jogado uma «cartada» estratégica que baralhou toda a classificação…
No segundo «safety car», Perez (Force India) e Ricciardo (Red Bull) anteciparam as trocas de pneus e ficaram bem colocados no pelotão já sem terem de parar. Numa pista em que a degradação de pneus, mesmo com a Pirelli a apostar em misturas mais macias, foi mínima, a aposta quase resultava em pleno, mas a degradação nas últimas voltas impediu-os de se defenderem de Bottas e Raikkonen.
Mas enquanto Ricciardo abandonava com um problema de suspensão, Perez receberia um «jackpot» na última volta quando Raikkonen arriscou tudo numa manobra demasiado optimista e atirou Bottas pista fora, entregando o pódio ao mexicano! O piloto da Williams ficou por ali, enquanto o da Ferrari arrastou-se até à meta terminando em 5.º, atrás de um fantástico Felipe Massa que subiu de 15.º a 4.º. Mas os comissários haveriam de ter uma palavra a dizer… Classificação:
Lugar | Piloto | Carro | Tempo/Dif. |
1.º | Lewis Hamilton | Mercedes | 1.37.11,204 h |
2.º | Sebastian Vettel | Ferrari | a 5,923 s |
3.º | Sergio Perez | Force India/Mercedes | a 29,918 s |
4.º | Felipe Massa | Williams/Mercedes | a 38,831 s |
5.º | Daniil Kvyat | Red Bull/Renault | a 47,566 s |
6.º | Felipe Nasr | Sauber/Ferrari | a 56,508 s |
7.º | Pastor Maldonado | Lotus/Mercedes | a 1.01,088 m |
8.º | Kimi Raikkonen | Ferrari | a 1.12,358 m |
9.º | Jenson Button | McLaren/Honda | a 1.19,467 m |
10.º | Max Verstappen | Toro Rosso/Renault | a 1.28,424 m |
11.º | Fernando Alonso | McLaren/Honda | a 1.31,210 m |
12.º | Valtteri Bottas | Williams/Mercedes | a 1 v. (colisão) |
13.º | Roberto Mehri | Manor Marussia/Ferrari | a 1 volta |
14.º | Will Stevens | Manor Marussia/Ferrari | a 2 voltas |
— | Daniel Ricciardo | Red Bull/Renault | Suspensão |
— | Carlos Sainz | Toro Rosso/Renault | Despiste |
— | Romain Grosjean | Lotus/Mercedes | Despiste |
— | Nico Rosberg | Mercedes | Acelerador |
— | Marcus Ericsson | Sauber/Ferrari | Colisão |
— | Nico Hulkenberg | Force Indis/Mercedes | Colisão |
Dois destaques finais: os dois McLaren voltaram a terminar nos lugares pontuáveis pela segunda consecutiva e pela terceira vez este ano… mas Alonso perderia o 10.º lugar ao ser penalizado em 5 s por insistir em exceder os limites da pista na curva 16; Carlos Sainz não só correu mesmo, como fez uma fantástica prova subindo desde o final da grelha até 7.º, mas foi surpreendido numa travagem já no final, fazendo um pião e acabando por partir a asa traseira contra o «rail»…