A experiência feita, por conta própria, pela Ferrari com a estrutura de protecção da cabeça em halo, nos testes de Barcelona, acabou por provocar enorme divisão entre os pilotos! Entre os que ficaram horrorizados com a estética da estrutura e os que apoiaram efusivamente mais um elemento de segurança, quase não houve posições intermédias…
Os últimos a extremarem opiniões foram Lewis Hamilton e Daniel Ricciardo, com o primeiro a dizer que se recusará a usar a estrutura – não sabemos como, se for obrigatória para homologação dos carros… – e o segundo a aconselhar os pilotos que são contra a deixarem de querer ser heróis… A linguagem está claramente a extremar-se!
Hamilton manifestou-se logo contra assim que viu a primeira imagem do Ferrari de Raikkonen e reafirmou as críticas que então publicou no Instagram: «Reafirmo tudo o que escrevi e só espero que não seja introduzido. E se vir a luz do dia na F1, espero ao menos que tenhamos a possibilidade de escolher se o podemos usar ou não, porque eu não o quero no meu carro! Afinal, é da protecção do piloto que se trata, deveríamos poder escolher, eu não o quero usar». Um argumento que cai por terra assim que nos lembramos dos capacetes, fatos ignífugo, luvas, botas, balaclava, etc.
Mas Hamilton prosseguiu na defesa da sua posição: «Gosto dos F1 como eles são hoje. Quando me sento no carro sei que há um certo risco. A segurança é algo de muito importante, mas nós corremos riscos e cada um deve decidir até que ponto está disposto a corrê-los. No que me diz respeito, preferiria correr sem aquela coisa e correr mais riscos». Tudo indica, contudo, que se a FIA decidir adoptar aquela protecção não haverá escolha possível…
Já Daniel Ricciardo respondeu às críticas duras feitas por Nico Hulkenberg que também condenou o dispositivo, alinhando pela opinião de Hamilton dos riscos que estão associados ao desporto automóvel. O piloto da Red Bull acha que é «inútil brincar aos heróis», defendendo o reforço urgente da segurança dos habitáculos.
«A estrutura não vai alterar o nosso desporto ou a velocidade dos nossos carros. Apenas se trata de uma protecção suplementar dos pilotos no caso de haver objectos a voar à nossa volta», comentou o australiano. «Não percebo porque se hão-de torcer todos por causa de uma coisa destas, não faz qualquer sentido. A estética? Também houve uma enorme alteração dos carros entre 2008 e 2009 que ficaram muito mais feios e aquele halo também não é assim tão horrível», concluiu o piloto da Red Bull, equipa que já anunciou a intenção de apresentar um sistema ligeiramente modificado e melhorado.