Num pódio sem champanhe – apenas um «fingimento» para as televisões, como é obrigatório nas corridas no Médio Oriente – os três primeiros estiveram particularmente faladores, sob a «batuta» de um entrevistador muito especial, o tricampeão do Mundo Sir Jackie Stewart.
Lewis Hamilton reconheceu que os Ferrari «deram muito trabalho». «Foi difícil olhar pelos pneus nestas condições e as dobragens aos mais lentos, mas conseguimos », comentou o campeão do Mundo que resumiu: «Foi um bom domingo, mas foi duro, com os Ferrari rápidos, o Nico rápido, desta vez não consegui abrir uma boa vantagem como gosto de fazer, mas acabou por correr tudo bem».
Mesmo com os problemas de travões que lhe podiam ter custado a vitória, mas Hamilton conseguiu relativiza-los, explicando: «Não esperávamos esse problema… Quando o sistema ‘by wire’ [funcionamento eléctrico, sem cabos] tem algum problema entra num modo em que o curso do pedal começa a ficar muito longo, mas consegui fazer o ‘reset’ do sistema e parece que o corrigi. Mas também já não precisava de o forçar muito pois estávamos na última volta».
Após a terceira vitória em quatro corridas, Hamilton não se cansa de elogiar a forma como o Mercedes W06 Hybrid tem evoluído: «A equipa está a trabalhar na direcção certa e hoje fiquei muito contente porque senti que tinha o ritmo certo para responder a qualquer ataque, tinha o controlo da corrida, quando precisava de forçar forçava! Lembro-me de sair da curva 13 e pensar ‘adoro este carro!’».
Já Kimi Raikkonen, que já não conhecia um pódio com a Ferrari desde Setembro de 2009 (Itália), o seu contentamento era… o habitual: «Sim, estou contente… embora nunca se fique quando se é segundo. Mas depois do difícil começo do fico satisfeito com este bom resultado, talvez pudesse ter sido melhor, mas não tive voltas que chegassem… Depois do ano passado, a forma como a equipa está a trabalhar, o ambiente magnífico, tudo está a melhorar e havemos de lá chegar, mas ainda vai demorar algum tempo. Temos a velocidade para seguir os Mercedes mas ainda não para entrar em luta com eles».
Por fim, ao perder o 2.º lugar tão perto do final devido a uma falha dos travões (a equipa apressou-se a pedir-lhe desculpa), Nico Rosberg estava dividido entre o «desapontamento de perder o 2.º lugar a duas voltas do fim» e o entusiasmo «das ultrapassagens aos carros vermelhos que foram bem divertidas».
Vimos um Rosberg mais agressivo que nunca a ultrapassar os Ferrari por quatro vezes! «Hoje gostei do carro assim que fui para a grelha e disse logo que me sentia bem e que podia atacar. Foi uma pena, no final, quando o pedal do travão foi mesmo ao fundo e o carro não parou, saindo em frente. Sem esse problema, certamente que teria aguentado o Kimi porque os pneus dele também já não estavam bons. Mas, ainda assim, sempre é um 3.º lugar».