Este é um dos clássicos do Mundial de Fórmula 1! Pela 33.ª vez, em 43 Grandes Prémio dos Brasil, a F1 regressa ao autódromo José Carlos Pace, mais conhecido apenas por Interlagos. Palco de corridas emocionantes, pelas características da própria pista, com uma parte central mais lenta e técnica, mas com um primeiro e terceiro sectores bastante rápidos, em especial a subida em curva que dá acesso à recta da meta onde os monolugares passam bem acima dos 300 km/h!
É na forte travagem no final dessa recta, bem como no final da recta grande, pouco depois – as duas zonas onde funcionará o DRS – que se esperam mais ultrapassagens. Esta era, até este ano, a pista de maior altitude do Mundial, mas depois da experiência na Cidade do México, esse passou a ser um… não-assunto da corrida brasileira.
Já o desgaste dos pneus é grande, devido às elevadas forças exercidas nas curvas mais rápidas e às características do asfalto. Repetindo a escolha do ano passado, a Pirelli leva para o circuito paulista os pneus macios (amarelos) e médios (brancos), o que poderá proporcionar uma estratégia semelhante: em 2014, os seis primeiros pararam três vezes, uma logo ao fim de meia-dúzia de voltas para se livrarem dos pneus macios com que se tinham qualificado, usando depois mais dois jogos de pneus médios.
Foi assim que Nico Rosberg obteve, há um ano, a sua única vitória até hoje no Brasil, após um duelo soberbo com Lewis Hamilton, com os dois a rodarem separados por menos de um segundo quase toda a segunda metade da corrida! Desta vez, é Hamilton a querer impor-se, até porque o novo tricampeão do Mundo nunca venceu no Brasil, na pista onde conquistou o seu primeiro título! E sonha em conseguir um sucesso para homenagear o seu ídolo de infância, o grande Ayrton Senna.
Apesar do fim-de-semana para esquecer que tiveram no México, os pilotos da Ferrari chegaram a mostrar que, em corrida, conseguem ter andamentos semelhantes aos dos Mercedes. E sabe-se como os carros italianos são bons a gerir o desgaste dos pneus, pelo que se deverá contar com eles na luta pelos primeiros lugares. E convém não esquecer que o título de vice-campeão ainda está em aberto, embora Rosberg tenha já uma vantagem de 21 pontos sobre Vettel.
Do lado dos travões, Interlagos é uma pista onde os pilotos travam bastantes vezes – passam 13% do tempo com o pé no travão, o que é considerável – mas travagens muito violentas, pelo seu traçado fluido. E, especialmente, os sistemas de travagem têm muito tempo para arrefecer entre as mais fortes solicitações.
Já se sabe que, nesta altura, as trovoadas e os fortes aguaceiros são comuns na região de São Paulo e as previsões apontam para essa possibilidade em qualquer dos três dias de Grande Prémio. Resta saber se a queda de chuva coincidirá com alguma das alturas em que os F1 estejam em pista, o que obrigará sempre os estrategas das equipas a estarem extremamente atentos e com «mil olhos» nos radares meteorológicos! Porque a chamada na altura certa para uma troca de pneus poderá ser a diferença entre um bom e um mau resultado.
Os treinos livres do G.P. do Brasil realizam-se na sexta-feira às 12 e 16 horas de Portugal Continental e no sábado, às 13 horas. A qualificação terá lugar a partir das 16 horas, enquanto a corrida começará às 16 horas de domingo.