Interessante e… estimulante esta aparente aproximação entre a Fórmula 1 e Le Mans, o mesmo é dizer as provas de Resistência. Por enquanto apenas com sinais de vontades políticas e com algum «folclore» à mistura, mas muito sintomáticos, o mais recente dos quais foram as paradas de modelos icónicos das 24 Horas de Le Mans ontem e hoje, no Red Bull Ring, integradas no programa do G.P. da Áustria. Uma «misturada» difícil de acontecer nos tempos em que Ecclestone liderava a F1, não desejando que outras grandes competições lhe fizessem sombra…
O primeiro acto de «sedução» veio de Le Mans, ao convidar o presidente da Liberty Media, Chase Carey, a dar a bandeirada de partida para a edição deste ano, ao mesmo tempo que promovia, no museu local, uma exposição onde mostrava diversos monolugares de F1. Agora, foi Carey a levar Le Mans até aos fãs da Fórmula 1, com uma parada de automóveis carregados de história, bem como alguns pilotos célebres naquela clássica.
É verdade que o desfile contou com dois carros que ainda não tiveram tempo para ganharem a aura de clássicos, embora já possuam o palmarés, casos do Audi R18 guiado pelo «senhor Le Mans», Tom Kristensen, ou o Porsche 919 Hybrid, vencedor este ano, tripulado pelo jovem Brendon Hartley.
Mas os presentes no Red Bull Ring puderam deliciar-se com obras-primas de outros tempos, sendo talvez o mais cobiçado o fascinante Porsche 917 que foi guiado precisamente por Helmut Marko que com ele triunfou na edição de 1971 de Le Mans (com Gijs van Lennep), estabelecendo um recorde de 5335 km percorridos que demorou décadas a ser batido! Marko reencontrou-se com o 917 e foi visto finalmente… a sorrir!
Neel Jani guiou um Porsche 936, outro carro plurivencedor da clássica francesa, e até deu uma boleia a Chase Carey… Outros destaques deste grande encontro de estrelas: Hans-Joachim Stuck tripulou um Porsche 962C, Gerhard Berger exibiu a «barchetta» V12 LMR com que a BMW venceu Le Mans (concebida pela Williams), Jean Alesi guiou um Ferrari 512S, Guy Smith acelerou num Bentley EXP Speed 8 e Dieter Quester num BMW 3.0 CSL. Uma experiência a repetir!