O incidente ocorrido logo no início do terceiro treino livre, com o Williams de Valtteri Bottas trouxe de novo à baila, ainda que indirectamente, a discussão acerca da protecção dos habitáculos dos F1 e da cabeça dos pilotos. Isto depois do responsável de operações da equipa, Rob Smedley, ter feito o balanço dos estragos que uma grelha solta no piso das «boxes» de Baku fez no carro do finlandês.
Recorde-se que Bottas reentrava nas «boxes», a velocidade baixa, quando pisou uma calha por onde passam cabos, saltando uma das grelhas que a tapavam depois de pisada pela roda traseira. A grelha voou com violência, só por sorte não acertou nas pernas de dois comissários que ali estavam mas atingiu o flanco do FW38, provocando um buraco na carroçaria. Que, afinal, seria bem mais do que isso e impediria Bottas de participar nessa hora de treino!
«Foram os painéis aerodinâmicos, o chão do carro, o flanco e ainda fez um buraco no radiador», explicou Smedley os danos feitos pela tal grelha! «Aquilo foi como uma bala e foi uma sorte não ter atingido nenhum dos comissários que estavam tão perto». Smedley toca ainda num ponto que tem estado em plena discussão: «Imagine-se que tinha sido uma roda da frente a levantar a grelha, poderia tê-la projectado em direcção ao habitáculo e estarmos a falar de um acidente totalmente diferente».
E aqui entra a discussão acerca da protecção dos habitáculos que, segundo a FIA pretende, será uma realidade já nos novos carros de 2017, com a estrutura em halo. É verdade que estamos no campo das conjecturas e dos «ses» mas… Se aquela grelha tivesse sido projectada pela roda da frente em direcção ao habitáculo mas houvesse a tal estrutura protectora, a cabeça do piloto provavelmente estaria protegida. Por muito que nos possa revolver as entranhas a estética de um F1 com… aquela «coisa»!