Ou se acaba com o limite de 100 kg de combustível por corrida (ou, pelo menos, se alarga esse limite) ou as corridas de Fórmula 1, a partir de 2017, arriscam-se a ser um passeio de poupança de gasolina! Nick Chester, director-técnico da Renault, lança o aviso, baseando-se no aumento da carga aerodinâmica previsto para os carros do próximo ano que os tornarão mais rápidos, levando os pilotos a carregarem muito mais no acelerador…
«Se mantivermos esta limitação com os regulamentos de 2017, assistiremos a muita poupança de combustível e é inevitável que as pessoas comecem a queixar-se do tipo de corridas a que iremos assistir», comentou Chester, depois de revelar: «Na última reunião técnica votámos para que essa limitação fosse abolida». No entanto, essa decisão terá ainda de ser muito debatida, havendo construtores a favor, como a Honda ou a Renault, em contraponto com a Mercedes que, tendo um motor muito mais eficaz, receia que essa liberalização permita aos seus adversários recuperarem mais rapidamente o atraso…
Aquele limite foi imposto para passar a imagem e uma F1 menos gastadora, com a adopção das mecânicas híbridas, reduzindo em 40% o consumo dos motores. E foi, de facto, brilhante o trabalho feito pelos construtores, se bem que tenhamos assistido, nalgumas provas, a muitos pilotos a levantarem o pé para poupar combustível. No próximo ano, com carros que serão mais pesados, com maior carga aerodinâmica e mais potentes, os consumos terão necessariamente de aumentar.
As estimativas apontam para um incremento na ordem dos 10%. «É esse o consenso entre as equipas porque a percentagem do tempo em que os aceleradores vão estar a fundo vai aumentar consideravelmente com as regras de 2017», explicou Chester. «O que significa que se vai queimar mais combustível».
A discussão entre os construtores acerca deste tema irá prolongar-se até ao limite de 30 de Abril e já se percebeu que a Mercedes irá tentar ceder o mínimo possível, mesmo se também ela deverá precisar de mais alguma gasolina para continuar no comando em 2017. Mas, segundo Chester, esta é uma oportunidade que os outros construtores espreitam para se aproximarem da marca alemã. «Há um enorme esforço para haver uma convergência no poderio dos grupos propulsores e algo que poderia ajudar muito era livrar-nos deste limite máximo dos 100 kg de combustível».