Há dois anos, desde a introdução das motorizações híbridas na F1, que não param as queixas quanto ao barulho dos motores ou, mais concretamente, à falta dele. As comparações com os antigos V10 ou V8 são constantes e, pelos vistos, os fãs sentem falta da estridência dos motores atmosféricos para apreciarem uma boa corrida de automóveis… A FIA procura fazer-lhes a vontade e, além das alterações impostas nos escapes para este ano, encarregou a Magneti Marelli de trabalhar nalguns sistemas para… aumentar o volume.
Os técnicos italianos trabalham em duas áreas complementares para conseguirem aumentar o ruído dos V6 Turbo que, de base, já serão mais barulhentos que nos últimos anos: em 2016 haverá mais uma saída de escape (ou, caso o construtor de motor prefira, duas), mais pequena, por onde sairão directamente os gases expelidos pela válvula «wastegate». Mas a Magneti Marelli pesquisa outras formas de devolver a «gritaria» à Fórmula 1.
«Descobrimos que há dois elementos em grande falta nos motores híbridos, por um lado a amplitude sonora e, depois, as altas frequências», explicou Roberto Dalla, responsável pela competição da Magneti Marelli. «Estes problemas parecem, de certa forma, contornados com as duas saídas de escape distintas, de forma a evitar que a válvula ‘wastegate’ do turbo funcione como filtro sonoro. Mas estamos a colaborar com a FIA e as equipas para conseguirmos um resultado ainda mais satisfatório sem que isso implique qualquer perda de ‘performances’».
Este será, pois, um dos pontos que maior expectativa criará logo para a primeira sessão de testes de pré-temporada, a partir de 22 de Fevereiro, em Barcelona, onde os novos carros já deverão rodar com este sistema. Recorde-se que, em testes realizados em 2014, após o G.P. de Espanha, no traçado catalão, a Mercedes chegou a experimentar algo semelhante a um… megafone adaptado ao escape do seu carro (na foto), mas sem sucesso aparente.