Os camiões começam a chegar à pista de Melbourne, com cargas de enormes contentores vindos directamente do aeroporto de Melbourne, onde aterrou a frota de aviões de carga que transporta a carga mais preciosa para o G.P. da Austrália: os monolugares de F1 e o equipamento mais importante das equipas. Há cerca de três décadas, o Mundial de F1 «cabia» num «Jumbo e meio», agora são necessários seis Boeing 747 para uma capacidade de carga que ultrapassa largamente as 700 toneladas! Mas não é tudo… Porque além do material mais delicado e urgente é transportado por via aérea, há longos meses que as equipas despacharam, por via marítima, 35 dos maiores contentores com elementos como as estruturas a montar nas «boxes», todo o mobiliário para as zonas onde recebem os seus convidados e até cozinhas inteiras! Após o Grande Prémio, e dado que as provas seguintes se realizam em pistas permanentes, com todas as facilidades incluídas, esses contentores são despachados directamente para o Canadá, onde serão usados de novo… no início de Junho. Nos aviões que saíram tanto de Inglaterra como de Itália – Ferrari, Toro Rosso e Sauber, além de um fretado apenas pela Pirelli para levar os pneus – são levados os monolugares, peças sobressalentes, a parafernália informática e de ferramentas de cada equipa, além dos equipamentos usados para a cronometragem e nas verificações técnicas. São dezenas de enormes contentores que têm de ser descarregados para camiões TIR que os levam até ao circuito, distribuindo-os pelas zonas onde se encontram as equipas que tratam de os esvaziar e guardar com o auxílio de poderosos empilhadores. Uma operação logística de enormes proporções e que vai ao detalhe de avisar a alfândega de Melbourne da chegada de um elemento de uma equipa com determinada peça – pode até ocorrer no dia das qualificações – que pode salvar um fim-de-semana… O problema maior, contudo, não é a montagem mas… a desmontagem. Porque é suposto a organização reabrir as estradas públicas que são fechadas para o Grande Prémio num espaço de apenas 30 horas após o fim da prova, o que implica uma frenética correria, com dezenas de camiões a terem de ser rapidamente carregados. Ou seja, para os mecânicos, há uma segunda corrida após o Grande Prémio… Comparados com a F1, os outros Mundiais recebidos na Austrália são… quase uma brincadeira de logística. O mais complicado será o MotoGP, com 350 toneladas de material em três Jumbos e o de Superbikes usa apenas uma avião para as cerca de 100 toneladas de material…
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