Há cada vez mais pilotos naquilo a que se poderá chamar uma «antecâmara de penalizações». Pilotos que já utilizaram quatro unidades de um determinado componente chegando, por isso, ao limite para toda a temporada, quando estamos na nona prova de uma época de vinte… E esse grupo foi engrossado este fim-de-semana com mais quatro pilotos que usam motores Renault e os dois da Haas…
Convém explicar primeiro que o facto de um piloto estar a usar um quarto componente não significa que esteja, na realidade, à beira de sofrer uma penalização de dez lugares na grelha pela inevitabilidade próxima de ter de recorrer a um quinto. Porque a utilização dos quartos componentes não invalida que os mais antigos não possam ser reutilizados. É o que se passa, por exemplo, com os turbos e MGU-H de Sebastian Vettel que já está nas quartas unidades mas poderá regressar às segunda e terceira. É, contudo, improvável que essa gestão lhe permita chegar até à última corrida sem ter de sofrer uma penalização algures para montar uma quinta unidade motriz…
Neste caso, a Renault tem vindo a fazer progressos a nível de fiabilidade e descobriu mais uma forma de avançar no MGU-H – a unidade híbrida que transforma o calor do turbo em energia eléctrica –, tendo decidido ontem mudar para uma nova evolução nos dois Red Bull e no carro de Hulkenberg, depois de já o ter feito na sexta-feira no carro de Palmer.
Montou, assim, a quarta unidade do MGU-H nos quatro carros (os Toro Rosso não mudaram), mas Cyril Abiteboul desvaloriza o risco de penalizações: «Como as peças alteradas foram em sistemas periféricos e não nos componentes que estão ‘congelados’ pelas regras da FIA, agora poderemos, na fábrica, equipar os antigos MGU-H com as novas peças e voltar a usá-los».
Também os dois pilotos da Haas ficaram no limite, ao montarem os quartos turbocompressores do ano. Já se percebeu que, para muitas das equipas – aparentemente só as que usam motores Mercedes estão dentro do programado, estando ainda nas segundas unidades motrizes do ano… – será difícil cumprir toda a época com os quatro grupos propulsores a que estão limitadas por regulamento (e já nem falamos da Honda que já passou essa fasquia há muito…). Por isso é normal que aguardem por provas como Bélgica ou Itália – pistas onde as ultrapassagens são mais fáceis – para estrear os motores «em excesso», sofrendo aí as penalizações devidas.