Não foi por acaso que Al Gore, o antigo vice-presidente do Estados Unidos, lhe colocou a alcunha de «Darth Vader» e John Malone, o dono do colosso Liberty Media que tomou o controlo da Fórmula 1, por 7,6 mil milhões de dólares, parece mesmo disposto a entrar… «a matar». Não só a posição de Ecclestone poderá estar periclitante como os privilégios aparentemente intocáveis da Ferrari estão postos em causa! Para começar, não está mal…
Segundo notícias publicadas na imprensa alemã, já terá havido um primeiro confronto entre Malone e Ecclestone e… não terá sido bonito. Inicialmente Ecclestone até tinha anunciado que os novos «donos daquilo tudo» lhe tinham pedido para se manter mais três anos à frente da F1 mas, segundo os mais recentes rumores, o seu reinado poderá mesmo terminar em Novembro próximo, quando a época terminar, no Abu Dhabi. A discussão entre Malone (75 anos) e Ecclestone (85) não terá corrido nada bem!
Mas as mudanças que a Liberty Media pretende introduzir na Fórmula 1 vão mesmo ao ponto de mexer com o mais indiscutível do «satus quo» da disciplina: Malone quer acabar com o bónus especial a que a Ferrari tem direito todos os anos, tendo já havido também um primeiro embate com Sergio Marchionne, presidente da marca italiana. Muito em «linguagem multimilionária», Malone terá dito a Marchionne: «Processem-me! Tenho o tempo e dinheiro!».
Esta forma como John Malone está a lidar com os «poderes instituídos» parece, no entanto, estar a agradar a outros «actores» da F1. Por exemplo, o patrão da Mercedes, Dieter Zetsche, ficou muito interessado na proposta de permitir que as equipas se tornem accionistas da empresa que detém os direitos comerciais, adiantando que estaria interessada em comprar 10%! Já a Red Bull parece mais hesitante, segundo uma fonte da equipa que comentou: «Teremos de ver a relação preço/prestação. Se for muito caro para ter pouca influência, talvez não faça muito sentido».
Mais interessante para os fãs da F1 – e, no fundo, é disso que se trata! – a Liberty Media aparece com ideias verdadeiramente fantásticas: os preços dos bilhetes para assistir a um Grande Prémio deverão baixar drasticamente, em especial os dos passes para três dias; e o Mundial deverá ter mais corridas na Europa! Não são palavras que nos soam bem? Resta ver se aparecem as acções correspondentes… Para já, o clima é de grande agitação!