A aproximação do G.P. de Singapura teve o condão de alterar radicalmente os estados de alma entre as equipas da frente da Fórmula 1. Não falamos da Ferrari que continua fiel ao princípio estabelecido no início do ano de falar o menos possível e que, até agora, parece estar a dar bons resultados… Mas Mercedes e Red Bull trocaram de papéis: de favoritos absolutos em Monza, a primeira parte para o regresso à Ásia de «pé atrás». De uma prova em que dizia não ter a mínima hipótese de lutar pela vitória, a Red Bull diz-se agora candidata ao triunfo!
Tudo, claro, devido às características radicalmente diferentes da pista de Marina Bay, traçado citadino muito sinuoso em que abundam as curvas a 90º e com uma prova habitualmente disputada sob temperaturas elevadas. Condições em que os Mercedes não se têm dado bem… Pelo contrário, as exigências de potência máxima quase não existem, dando a oportunidade aos Red Bull de fazerem jogo igual com os carros da estrela e os Ferrari.
É, pelo menos, o que Daniel Ricciardo espera, o australiano aposta muito forte na próxima corrida: «Penso que Singapura, não sendo a única hipótese, será talvez a melhor de conseguirmos vencer um Grande Prémio na segunda metade da temporada» diz o australiano, antes e recordar: «Nos dois últimos anos larguei de 2.º e terminei em 2.º, fazendo sempre a melhor volta da corrida. Portanto, este ano, o meu objectivo é, obviamente, largar da ‘pole’ e tentar subir ao pódio no degrau mais alto!».
Já Max Verstappen diz-se «ansioso por estar em Singapura». «Marina Bay sempre sorriu à nossa equipa e estou certo de que poderemos lutar pelo pódio este ano, sendo uma das nossas maiores hipóteses de conseguirmos um grande resultado este ano. Singapura é das corridas mais exigentes do ponto de vista físico do ano e há algumas semanas que me treino com exercícios na sauna para me habituar à transpiração».
Já do lado da Mercedes encara-se o fim-de-semana de Singapura… com «um pé atrás». «Há algumas características das pistas que favorecem mais o nosso carro e, este ano, as pistas sinuosas têm sido melhores para a Ferrari e a Red Bull», diz Toto Wolff. «De qualquer forma, não me parece que haja uma tendência que não seja quebrável. Tem tudo a ver com perceber o funcionamento do carro e quanto mais andamos com ele melhor o compreendemos».
Wolff dá o exemplo da última corrida – «não tivemos quaisquer problemas nas curvas lentas em Monza» –, embora as coisas não possam ser comparáveis por as configurações de carros motores serem totalmente diferentes… «Apesar de tudo, espero que Singapura seja um fim-de-semana mais difícil do que Monza, Spa ou Silverstone, devido às características da pista».
Valtteri Bottas também se mostra consciente das dificuldades e assume: «Será um desafio e não me parece que sejamos os favoritos em Singapura. Pode ser uma prova muito traiçoeira para nós pois, nos circuitos que exigem elevadas cargas aerodinâmicas, a Ferrari tem sido realmente forte, bem como sob temperaturas elevadas. O mesmo acontece com a Red Bull. Teremos de trabalhar muito o ‘pack’ de elevada carga aerodinâmica de que dispomos, mas vai ser difícil».