Na sua segunda visita à pista construída em torno do parque olímpico de Sochi que recebeu os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, a Fórmula 1 poderá estar a fazer o último G.P. da Rússia diurno, dado que os seus promotores já mostraram interesse em transformá-lo em mais uma corrida nocturna do calendário. Mas essa é uma decisão ainda a confirmar para o próximo ano, altura em que a prova russa deverá ser a quarta do calendário.
A terceira pista mais longa do Mundial – a seguir a Spa e a Silverstone –, com 5,848 km, dos quais 1,7 km são em estradas utilizadas no dia-a-dia, é um traçado algo artificial, quase sempre entre muros e onde as ultrapassagens não são propriamente fáceis. Embora não sejam impossíveis, como a corrida do ano passado demonstrou, com inúmeras lutas no final dos 650 metros de recta que se seguem à rápida curva 1, feita a fundo. Velocidade máxima, capacidade de tracção e travagem são importantes nos primeiro e terceiro sectores, enquanto o segundo é mais técnico, exigindo um cuidado especial em termos de pilotagem.
Tendo recuperado o domínio das operações na última corrida, no Japão, a Mercedes chega a Sochi com o objectivo maior de garantir desde já a conquista do segundo título mundial de Construtores. O que, à partida, nem parece tarefa particularmente difícil já que lhe basta totalizar mais 3 pontos que a Ferrari para garantir a virtual conquista do campeonato. Há um ano, a Mercedes conseguiu uma dupla com Hamilton na frente de Rosberg, autor de fantástica recuperação.
Restará saber se, numa pista em que a tracção é um facto preponderante, os Ferrari conseguirão andar mais próximos dos Mercedes, tentando replicar o que sucedeu no traçado de Singapura. Mas também é natural que recebam a companhia dos Red Bull que se costumam mostrar à vontade neste tipo de pistas. A diferença é que Sochi tem duas zonas muito velozes e uma longa curva de alta velocidade onde os Mercedes podem recuperar de eventuais fragilidades nas partes mais lentas...
Na edição de estreia da corrida russa, a Pirelli jogou à defesa, fazendo com que uma única paragem fosse suficiente, num asfalto muito liso, em que o desgaste dos pneus foi mínimo. Mais: Nico Rosberg conseguiu a proeza de, após ter ficado com um pneus «quadrado» numa travagem exagerada logo na 1.ª volta, ter trocado de imediato a roda (caindo para 20.º) e fazer toda a corrida com um único jogo de pneus médios, fazendo o seu melhor tempo na penúltima volta! Perante estes dados, a Pirelli baixou um grau na dureza dos pneus levados para Sochi, escolhendo este ano os supermacios (vermelhos) e macios (amarelos), procurando obrigar as equipas a fazer, pelo menos, duas paragens nas «boxes».
A nível dos travões, Sochi pode não ser das pistas mais duras, mas exige um cuidado dimensionamento das condutas de refrigeração para garantir a temperatura ideal de funcionamento, em especial nas duas travagens mais fortes, nas curvas 2 e 13. Aí ficam, talvez, as duas únicas possibilidades de ultrapassagem, no final das zonas de utilização do DRS.
Os treinos livres para o G.P. da Rússia terão lugar na sexta-feira pelas 8 e 12 horas de Portugal Continental e no sábado, às 10 horas. A qualificação decide-se no sábado, às 13 horas, arrancando a corrida ao meio-dia de domingo.