Mercedes de um lado, todos os outros do outro, vai assistir-se a nova disputa entre os construtores de motores em torno das regras de desenvolvimento, agora para 2016. Renault, Ferrari e Honda estão a tentar que a FIA seja, de novo, flexível na aplicação das regras para o próximo ano, coisa em que a Mercedes não está, compreensivelmente, nada interessada…
Mas… comecemos pelo princípio. Com o desenvolvimento dos grupos propulsores híbridos limitados por determinado número de «fichas», as quatro marcas deveriam ter homologado os seus motores a 28 de Fevereiro e não mais lhes mexer, a não ser por questões de fiabilidade. No entanto, a Ferrari encontrou um «buraco» no regulamento e forçou a FIA a autorizar a gestão dessas fichas ao longo de toda a época. Contudo, a entidade federativa tratou de «tapar» esse «buraco», obrigando a que os motores de 2016 sejam homologados até 29 de Fevereiro, ficando «congelados» a partir daí.
É com isso que as três marcas não concordam, defendendo a manutenção do sistema actual que lhes permite gerir as evoluções ao longo de toda a época, em vez de terem de gastar todas as «fichas» de uma vez, durante o defeso. O problema é que, para garantir essa flexibilização das regras, é necessária a unanimidade entre os construtores e, como é bom de ver, a Mercedes não está muito interessada nisso, agitando com o fantasma do aumento dos custos.
Cyril Abiteboul, director da Renault Sport F1, diz compreender a posição da marca alemã, mas dá algumas razões para levar a sua avante: «Não vejo relação entre usar as ‘fichas’ ao longo da época e os custos, porque o sistema de ‘fichas’ estará sempre lá. E não estamos a dizer que devemos fazer tudo o que quisermos, apenas que podemos fazê-lo quando quisermos, sempre dentro dos limites estabelecidos».
E Abiteboul tem um outro argumento de peso: «O congelamento do desenvolvimento durante a época e a abertura no Inverno causa problemas logísticos complexos. Não é nada bom para a gestão do orçamento e dos recursos das nossas diferentes fábricas envolvidas neste processo». As razões do francês até podem fazer sentido mas, esperar unanimidade em torno deste assunto, não será coisa fácil…