Os milhares de fãs japoneses que encheram as bancadas de Suzuka tiveram a oportunidade de ver desfilar cinco monolugares de F1 que, por uma ou outra razão, ficaram na história da modalidade. Momento alto de um intenso programa que tornou o dia da qualificação numa gigantesca festa!
Ainda hoje Satoru Nakajima é quase um herói nacional para o público nipónico e rodou nos dois momentos de exibição, antes da qualificação e já ao fim do dia, quase no lusco-fusco, guiando o Tyrrell 019/Ford de 1990, ano em que fez equipa com Jean Alesi. Desenhado por Harvey Postlethwaite, este é um monolugar que merece destaque na história da F1 por ter sido o primeiro a adoptar o «nariz» elevado, explorando o fluxo do ar sob a frente, abrindo um caminho aos estudos aerodinâmicos ainda hoje seguido!
O seu compatriota Takuma Sato guiou o Williams FW11/Honda com que Piquet e Mansell dominaram a época de 1986, dando o título de Construtores à Williams mas conseguindo, pelos vários desentendimentos entre eles, perder o campeonato de pilotos para Alain Prost (McLaren)… E até em Suzuka o FW11 teve a sua dose de «mau-olhado», com uma avaria a obrigar Sato a parar!
O piloto japonês ainda teve a oportunidade de guiar outra raridade, o Lotus 88B de 1981, a genial criação de Colin Chapman em que, para contornar a proibição das «saias» cruciais para o efeito de solo, havia… dois chassis, um externo e um interno! O carro foi guiado por Nigel Mansell e Elio de Angelis mas seria banido pela FIA, face aos protestos das restantes equipas que, pelos movimentos independentes do chassis interior face ao exterior, consideravam tratar-se de apêndices aerodinâmicos móveis, proibidos por regulamento.
Gerhard Berger teve também direito a dupla aparição. De manhã guiou um carro que muito diz aos fãs japoneses, o McLaren MP4-6/Honda de 1991 com que ele próprio venceu no Japão (Senna deu… um jeitinho já perto da meta), e que valeu ao brasileiro o seu terceiro e último título mundial. Um carro que, compreensivelmente, levou a plateia ao delírio! De tarde, sentou-se no Ferrari F187 que guiou no Mundial de 1987 (fazendo equipa com Michele Alboreto) e com que também triunfou no G.P. do Japão.