Havia grande curiosidade para saber quais as novas ideias que o futuro presidente do Formula One Group, Chase Carey, quer injectar na F1. Em especial depois da sua primeira visita a um Grande Prémio, que decorreu durante o fim-de-semana da prova de Singapura. Uma «governação» mais aberta e menos dependente de uma só pessoa (Ecclestone, neste caso) e o ataque ao mercado norte-americano são as linhas de força.
Carey foi o escolhido pela Liberty Media para ser o presidente do futuro Formula One Group, a entidade a criar após a compra pelo grupo norte-americano do controlo comercial da F1. Mas Ecclestone deverá manter-se como presidente executivo, segundo referiu Carey, em entrevista ao site oficial da Fórmula 1: «O Bernie continuará a liderar e eu trabalharei ao seu lado para estabelecermos um plano estratégico e um novo rumo. Dando todo o crédito ao Bernie que teve um enorme sucesso – o mundo admira-o pelo negócio que pôs de pé –, penso que há um outro nível a que podemos levar a Fórmula 1».
E uma das primeiras coisas que Chase Carey pretende fazer é alterar a própria forma de liderança da F1, abrindo mais as decisões, em vez de as concentrar apenas em Ecclestone. «Nunca conseguiremos contentar toda a gente ao mesmo tempo, mas temos de perceber o que todos querem e encontrar um padrão. Não estou a falar de um comité porque isso tende a burocratizar demasiado as coisas, mas também não pode ser uma ditadura, mesmo se talvez as pessoas aqui estejam habituadas a isso», comentou Carey.
«É necessária uma liderança e isso significa que se crie uma visão que nos leve a atingir os objectivos certos no futuro. Os negócios de sucesso assentam em lideranças de sucesso que percebem o que todas as partes desejam. Terá de haver compromissos», diz Carey, claramente cheio de boa vontade mas… ainda fora do «saco de gatos» em que a F1 se transforma quando as equipas começam a discutir os seus interesses!
Por fim, nesta muito aguardada primeira entrevista, sintomaticamente ao site oficial da Fórmula 1, Chase Carey falou do esforço que há a fazer para que a F1 entre nos Estados Unidos, onde nunca conseguiu atingir uma popularidade significativa… «Teremos certamente um plano para desenvolver o mercado americano, onde há uma audiência potencial enorme. A F1 é uma enorme marca ‘premium’ e isso significa, para mim, que tem de estar em locais como Los Angeles, Nova Iorque ou Miami. De preferência em grandes cidades mundiais».