É um circuito bastante apreciado pelos pilotos, desde a sua criação, em 1999, quando foi implantado num imenso palmeiral, implicando a replantação de mais de quatro mil árvores noutros locais. Foi um dos primeiros projectos de Hermann Tilke, integrado na política de industrialização e promoção internacional que o governo malaio de então perseguia e logo agradou aos pilotos por proporcionar inúmeras oportunidades de ultrapassagem, devido à grande largura da pista. Sepang despede-se, este fim-de-semana, do Mundial de F1…
Mudam-se os governos, mudam-se as vontades e o executivo actual achou, há um ano, que a F1 era demasiado cara para os espectadores que atraía, querendo terminar de imediato com o Grande Prémio, apesar de ter ainda um contrato válido por mais alguns anos. A solução de compromisso que se encontrou foi a organização da prova por mais uma época, precisamente esta.
Esperemos que não se confirmem as ameaças de tempestades tropicais para a pista malaia – frequentes, violentas e que já marcaram muitos Grandes Prémios, pois costumam acontecer em especial à tarde, à hora da qualificação e do final da corrida… –, já que, este ano, temos monolugares capazes de bater todos os recordes daquele traçado! E não só por os carros de 2017 serem mais rápidos mas também por a Pirelli, depois de analisado o novo asfalto colocado em 2016, ter «suavizado» os pneus postos à disposição, com as misturas supermacia (vermelha), a mais escolhida, macia (amarela) e média (branca).
Esta é ainda uma pista de alguma dureza para os motores que rodam a fundo durante 62% da volta, em especial nas duas longas rectas com cerca de 900 m cada, esperando-se consumos algo elevados. Com um traçado bastante fluído e sem travagens muito fortes (excepção feita para o gancho de entrada na recta da meta), o MGU-K não é sujeito a grande esforço mas, quem tiver um MGU-H a funcionar bem, este é o circuito em que poderá ganhar mais vantagens.
No Mundial, Hamilton ganhou uma interessante vantagem sobre Vettel, depois da «tragédia» ferrarista de Singapura e, suceda o que suceder, irá para Suzuka ainda no comando. Hamilton só venceu uma vez em Sepang, Vettel ganhou quatro e o britânico caminhava par o seu segundo triunfo no ano passado quando o motor o traiu, ficando com uma mão cheia de nada… Se algo do género se repete, poderemos ter o Mundial relançado. Por outro lado, sabe-se que os Ferrari dão-se bem com as condições de calor e humidade que se fazem sentir na Malásia (veja-se a vitória em 2015), pelo que, apesar das duas longas rectas favorecerem teoricamente os Mercedes, não se deve afastar o «cavallino» da luta.
Destaque ainda para a estreia oficial de Pierre Gasly na Fórmula 1, a ocupar o Toro Rosso habitualmente guiado por Daniil Kvyat. O francês fará, pelo menos, a corrida malaia e a do Japão. Outro francófono a estrear-se na F1, embora apenas no primeiro treino livre, é o monegasco Charles Leclerc que guiará para a Sauber, tudo indica que… a fazer a mão já para o próximo ano.
Para as próximas duas provas voltaremos aos horários madrugadores, sendo os da Malásia ainda mais «simpáticos» que os do Japão… Assim, os primeiros treinos livres vão realizar-se na madrugada de sexta-feira, entre as 4 e as 5.30 horas de Portugal Continental de Madeira, com a segunda sessão a ter lugar entre as 8 e as 9.30 horas. No sábado o programa é mais… amigável com os derradeiros treinos livres a realizarem-se entre as 7 e as 8 da manhã, ficando a qualificação das 10 às 11 horas. Por fim, no domingo, a corrida arrancará pelas 8 horas, para 56 voltas à pista de 5,543 km, naquela que será a despedida da F1, pelo menos nos anos mais próximos, da Malásia e do circuito de Sepang.
E atenção que entramos agora numa fase verdadeiramente frenética e esgotante da temporada, com quatro corridas em cinco semanas e uma mudança de continente pelo meio! No fim-de-semana seguinte à Malásia será o Japão e, depois, toda a caravana da F1 se transferirá para a América do Norte onde, em semanas consecutivas, correrá nos Estados Unidos e no México! Chegou o tempo das grandes decisões!