A uma semana do G.P. de Singapura, há um lado em ânsias para que a corrida chegue rapidamente e outro cheio de dúvidas sobre o que poderá suceder. A novidade é que… não são os lados habituais! Desta vez é a Red Bull cheia de confiança e a Mercedes «de pé atrás», perante o que sucedeu no ano passado, quando foi inapelavelmente batida tanto pelos Ferrari como pelos Red Bull.
Do lado dos «touros» respira-se confiança até por lhes ser atribuído um certo favoritismo, apesar da grande superioridade que a Mercedes tem exercido este ano: só não ganhou todas as corridas devido à auto-eliminação em Espanha. Mas também é verdade que só venceu no Mónaco devido ao «tiro no pé» da Red Bull nas «boxes». É por aqui que se justifica o optimismo verbalizado por Max Verstappen. «É verdade, espero que tenhamos um super fim-de-semana em Singapura!».
E o holandês explica: «Aquela pista citadina compensa os monolugares que têm muito apoio aerodinâmico e não há muitas rectas. O pódio é o nosso objectivo às claras mesmo se, secretamente, apontamos mesmo é à vitória». E se há equipa que sabe vencer em Singapura é a Red Bull, tendo ganho três das últimas cinco edições, com Ricciado em 2.º no ano passado, atrás do Ferrari de Vettel.
Pelo contrário, a Mercedes ainda sofre do «trauma» de Singapura-2015, a prova em que foram remetidos a um papel secundário a que não estavam habituados. «Foi a corrida mais difícil destes últimos anos… Acho que na qualificação ficámos a uns 1,8 s da ‘pole’! Uma monstruosidade que não é fácil de recuperar», recorda Rosberg que parece não ter recuperado do choque: na verdade Hamilton ficou a 1,4 e o alemão a 1,5 s da «pole» de Vettel…
Na corrida nocturna, os Mercedes nunca conseguiram utilizar correctamente os pneus e não foram sequer parte integrante da discussão da corrida, com Hamilton a abandonar e Rosberg a ser 4.º mas a quase 25 s de Vettel! O que provocou longas discussões no quartel-general de Brackley… «Foi um longo ‘briefing’ mas acho que percebemos porque não fomos competitivos e tirámos algumas conclusões que nos ajudaram nas corridas seguintes», recorda Toto Wolff. «Por isso, chegou a hora de tirarmos a limpo se essas conclusões estavam correctas».
É óbvio que, apesar da folgada liderança que a Mercedes tem, será um fim-de-semana de tensão máxima para a equipa, até porque tem os dois pilotos a discutir o título separados por apenas dois pontos. «Não houve uma coisa errada. Foram muitas coias ao mesmo tempo que não estiveram bem, por isso estou tão curioso e ansioso para ver como estaremos em Singapura. Quando se tem 21 corridas, é preciso ter uma combinação chassis-motor que funcione bem em todas as pistas. Por exemplo, temos uma equipa que é extremamente competitiva em pistas como Singapura mas depois não é tão forte em circuitos como Monza» (alô Red Bull!).
«Portanto, tudo se resume a encontrar o melhor compromisso e é isso que temos de ver se conseguimos, este ano, em Singapura», concluiu Wolff, mostrando algumas cautelas, no que é acompanhado por Rosberg: «Mesmo se vencemos todas as corridas menos uma, não podemos ir para Singapura cheios de confiança, pois há um ano ficámos a ‘anos-luz’ dos carros da frente». Que, recorde-se, não foram os Red Bull nem os Mercedes, mas sim os Ferrari!