A menos de uma semana do arranque do G.P. da Bélgica, o primeiro em que vigorarão as novas regras que limitarão drasticamente as ajudas aos pilotos, são muitas as preocupações entre as equipas. Consta até que, apesar da paragem de Verão, a FIA foi «inundada» com pedidos de esclarecimento de diversas equipas para clarificação do que poderá ser ou não feito.
O que a FIA definiu, no essencial, é que o ponto de embraiagem tem de ficar definido quando o carro sai das «boxes» para a grelha, não podendo ser ajustado – como sucede actualmente, em conversa entre o piloto e o seu engenheiro –, além de que o aconselhamento dos engenheiros aos pilotos está reduzido ao mínimo. Isso causa grandes preocupações porque, segundo defende um técnico de uma das equipas, estes carros de 2015 foram desenhados para funcionar com pontos de embraiagem optimizados que se tornam super sensíveis ao sobreaquecimento.
Ou seja, a eliminação da possibilidade de ajustar esse factor mecânico poderá levar a falhas mecânicas, nomeadamente a embraiagens queimadas, senão nas partidas, eventualmente nas paragens para trocas de pneus. «Se se arranca com a pressão errada, pode arruinar-se a embraiagem. Ou se tem um mau arranque ou aquilo pode queimar mais tarde, na corrida», explicou um engenheiro de uma das equipas.
Numa pista como Spa, em que o arranque é dos mais «stressantes» por a recta ser das mais pequenas até ao gancho de La Source, um carro com um problema de embraiagem pode até ser fonte de risco excessivo se ficar parado na grelha, com os carros de trás a acelerarem a fundo…
O processo de arranque é, nos carros actuais, bastante complexo, como admitiu o estreante Max Verstappen, mesmo se opinou que era «igual para todos». «Esperamos arrancar bem e, a partir daí, antecipar o que se vai passar à nossa frente, mas não é fácil. Temos de encontrar as rotações certas do motor, a posição certa do pedal e, por fim, o tempo de reacção ideal. Depois, temos ainda de controlar as rodas, tentando evitar que patinem…».
Já Lewis Hamilton não tem dúvidas quanto à dificuldade que as novas regras lhe colocarão nos arranques e usa o exemplo da péssima partida que fez na Hungria para explicar: «Imagino que a partida em Spa seja muito semelhante a esta… Espero mais partidas imprevisíveis e que as coisas ficarão muito mais difíceis».