G.P. de Itália – Passeio de Hamilton pelo parque… ficou em suspenso!

Lewis Hamilton teve mais uma corrida dominadora para conseguir nova vitória e, melhor que tudo, alargar a sua vantagem no Mundial para decisivos 53 pontos, depois de Nico Rosberg ter abandonado, quando o seu cansado motor o abandonou a apenas duas voltas do fim. Mas a sua 7.ª vitória ficou em suspenso durante mais de duas horas, perante um final intrigante, em que os comissários chamaram vários responsáveis de equipas, entre as quais a Mercedes, para esclarecerem porque estavam as pressões dos pneus abaixo dos níveis recomendados pela Pirelli… Após duas horas de «suspense», a sua 40.ª vitória foi confirmada!

Hamilton pôde ir para a corrida mais tranquilo, depois de a Mercedes ter descoberto que tinha sido uma fuga de água a «contaminar» o novo motor de Rosberg. Em princípio o seu não estaria em risco e a unidade do alemão deverá ser recuperável. Mas à vontade ficou quando os semáforos se apagaram e Raikkonen se… «esqueceu» de arrancar, sendo «engolido» pelo pelotão. O maior temor da Mercedes – que, com dois carros na frente, a Ferrari jogasse em duas estratégias diferentes para lhe baralhar as contas – estava resolvido no primeiro segundo da corrida.

Ao fim da 1.ª volta, com mais de dois segundos de vantagem sobre Vettel, Hamilton mostrou ao que ia e a vantagem não parou de aumentar, com um andamento de uma consistência incrível, com tempos constantes e rápidos, a afastar-se constantemente. Quando parou para trocar de pneus, já o seu avanço era superior a 15 segundos e tinha a corrida na mão. A única coisa estranha até final foi a mensagem, quando só faltavam cinco voltas e tinha 22 s de avanço, a pedir-lhe para fazer voltas o mais rápido que conseguisse… e não fazer perguntas que lhe explicariam no final!

Tudo indica que teria a ver com as pressões dos pneus traseiros que estariam abaixo dos mínimos recomendados pela Pirelli. Algo que os técnicos da Mercedes diziam não compreender, pois os próprios engenheiros da Pirelli presentes na «box» tinham ficado satisfeitos com as pressões postas nos pneus. A verdade é que os comissários chamaram a equipa para esclarecimentos após a corrida que corria o risco de uma penalização em tempo… As informações apontavam para uma inspecção feita já na grelha aos pneus traseiro-esquerdos de Hamilton, Raikkonen, Vettel e Rosberg e que os dos Mercedes estariam abaixo das pressões aconselhadas (com força de lei...) pela Pirelli, o de Hamilton por 0,3 psi e o de Rosberg por... 1,1 psi! Nesta altura Hamilton chegou a correr o risco de ser desclassificado, vendo a vitória entregue a Vettel, o que acabou por não suceder, depois das explicações dadas pela Mercedes aos comissários que consideraram não ter sido um erro da equipa mas sim dos procedimentos das medições do delegado da FIA...

Atrás de Hamilton, Vettel mostrou desde a primeira volta não conseguir acompanhá-lo, confirmando o que se suspeitava: o mapeamento electrónico que a Ferrari consegue usar na qualificação não o pode usar na corrida e, aí, os carros vermelhos voltam a mostrar-se claramente mais lentos que o Mercedes de Hamilton. De qualquer forma, o alemão fez uma corrida certinha, procurando estar no sítio certo para se algo sucedesse ao campeão do Mundo e acabou a saborear o seu primeiro pódio em Monza como piloto da Ferrari.

Melhor, de repente viu aproximar-se do 2.º lugar do Mundial, depois de Nico Rosberg abandonar a duas voltas do fim e numa altura em que se estava a aproximar do Ferrari do alemão, prometendo um belo duelo para os últimos quilómetros! Mas o velho motor que já devia estar na reforma e ultrapassara já a quilometragem máxima prevista entregou mesmo a alma ao criador, para enorme frustração do piloto alemão que assim fica quase arredado da luta pelo título mundial, perdendo 25 pontos quando pensava limitar as perdas a apenas 10…

Com tudo isto, Felipe Massa lá conseguiu subir mais uma vez ao seu segundo pódio favorito, o de Monza (nunca esqueceu os seus anos na Ferrari), mesmo se teve de suportar, nas últimas três voltas, intensos ataques do colega de equipa, Valtteri Bottas. «Já não tenho idade para isto!», exclamava um bem-disposto brasileiro de 34 anos, pouco depois de cortar a meta.

Após a desastrosa partida, Raikkonen demonstrou a competitividade do Ferrari e lá foi «trepando» pelotão acima para chegar ao 5.º lugar possível, perante a «tragédia» da 1.ª volta… Os Force India conseguiram transformar a boa forma mostrada em pistas rápidas numa razoável maquia de pontos, com Perez à frente de Hulkenberg, à procura da renovação do contrato.

Grande prova fez Daniel Ricciardo que, partindo do final da grelha, atacou durante as 53 voltas da corrida para acabar nos pontos e, finalmente, sem problemas no motor Renault, o mesmo se podendo dizer do seu colega de equipa, Daniil Kvyat, ambos separados pelo sueco Marcus Ericsson (Sauber). Classificação:

Uma última palavra para a Lotus que, a atravessar uma fase negra, parece que tudo lhe acontece, conseguindo a «proeza» de ficar sem os dois carros logo na primeira volta… Primeiro foi Grosjean a ser tocado na traseira, ficando com a suspensão posterior partida. Segundos depois, Maldonado entrou na «box» com a suspensão dianteira partida, depois de levar um toque do Force India de Hulkenberg…