Os primeiros testes em Barcelona avivaram alguns temores em relação às maiores dificuldades que a aerodinâmica mais apurada dos carros de 2017 poderá colocar nas ultrapassagens. Esta foi uma discussão que durou todo o defeso, com vários alertas em relação à possibilidade de as manobras se tornarem mais difíceis por ser ainda mais complicado seguir de perto o carro da frente. Mas algumas vozes defenderam o contrário, devido à maior tracção mecânica proporcionada pelos pneus de maiores dimensões.
Na prática, alguns pilotos já vieram revelar ter sentido dificuldades em seguir carros que estavam à sua frente, o que pode, infelizmente, confirmar a teoria da maior dificuldade em ultrapassar… «Andei atrás de alguns carros e foi difícil curvar atrás deles, como já esperava», disse Hamilton. «Por outro lado, os pneus são tão resistentes que não sentimos qualquer desgaste, continuam, continuam e continuam… É muito provável que tenhamos mais corridas só com uma paragem por não haver degradação, logo menos erros, menos ultrapassagens. Mas isto é só a minha previsão, espero estar errado…»
Também Felipe Massa expressou algumas dúvidas em relação ao que sucederá nas corridas: «Do ponto de vista do piloto estes carros serão muito mais divertidos de guiar mas, do lado do espectáculo, já não tenho tanta certeza…», disse o experiente piloto brasileiro. «Estou certo de que as ultrapassagens vão ser mais difíceis. Não só porque se perde muito apoio aerodinâmico na frente quando se anda atrás de outro carro, mas também porque os carros são bastante mais largos».
Ainda é cedo para tirar conclusões, mas as primeiras opiniões apontam para uma notícia desagradável para os fãs… A não ser que os pilotos também aprendam a conduzir de forma diferente estes carros e descubram formas de aproveitar as suas novas características em seu favor. «À partida parece que as ultrapassagens serão mais difíceis, mas teremos de ver ainda…», acrescentou Massa.