A muito falada venda do circuito de Silverstone ao grupo Jaguar Land Rover foi travada… pela Porsche e o processo levou até à suspensão do director-geral do circuito, por suspeitas de favorecimento de um outro interessado! Apesar de o futuro do G.P. da Grã-Bretanha não parecer em perigo (o contrato existente dura até 2026), já o mesmo não se pode dizer da saúde financeira e da capacidade de renovação da pista onde se deverá disputar.
A Jaguar Land Rover, através do seu proprietário, o grupo indiano Tata, tinha avançado com uma proposta ao British Racing Drivers Club (BRDC) de compra a rondar os 38 milhões de euros. Não sacrificando Silverstone como pista de competição, pretendia transformá-lo em centro de altas «performances» para os seus clientes, além de construir instalações para mil empregados, um hotel e um museu.
Mas a Porsche decidiu vetar o negócio por, na verdade, ter esse direito. A marca alemã possui um centro de treino «Porsche Experience Center», situado à saída das curvas de Becketts, do lado de fora da recta de Hangar, mas dentro do perímetro de Silverstone. Quando ali se instalou, no contrato ficou estabelecido o seu direito a vetar que qualquer marca concorrente utilizasse a pista britânica por mais de 45 dias por ano. E é esse veto que a Porsche resolveu accionar neste caso.
Entretanto, apareceu uma nova proposta, de um tal Lawrence Tomlinson, do LNT Group que constrói os Ginetta, particularmente «sui generis»: um pagamento de cerca de 8 milhões de euros, capital para investir, limpeza das dívidas e… uma renda anual de cerca de 1,3 milhões de euros durante 248 anos! Foi por desconfiar que esta proposta estava a ser favorecida que o presidente do BRDC, John Grant, suspendeu de funções o director-geral do circuito, Patrick Allen…
Silverstone é a única pista do Mundial de F1 que não é subvencionada com dinheiro estatal e o BRDC tem tido enormes dificuldades financeiras para manter aquele colosso. No ano passado foi a primeira vez que deu um pequeno lucro nos últimos dez anos, mas tem contado com uma certa compreensão de Bernie Ecclestone para o atraso nos pagamentos devidos pela organização do G.P. da Grã-Bretanha. Agora, contudo, o BRDC concluiu que já não tem condições para continuar a arcar com as enormes despesas que implicam a manutenção de uma pista como Silverstone…