À medida de que as equipas se vão instalando em Baku e descobrindo o circuito onde, este fim-de-semana, disputarão o G.P. da Europa, começam a surgir algumas preocupações. Naturais quando se trata de uma pista desconhecida, para mais um traçado citadino acabado de fazer e que comporta algumas zonas que têm levantado polémica.
Neste caso, fala-se obviamente da estreita passagem pela parte histórica, verdadeiramente a «roçar» as muralhas antigas da cidade. Toda essa zona recebeu uma camada de asfalto temporária para cobrir o piso empedrado e que será retirado após a corrida, sendo reposto o chão original de uma zona considerada património da Humanidade.
Os primeiros receios é que as temperaturas elevadas esperadas para o fim-de-semana, que poderão atingir os 32 a 34 ºC, possam levam a quebras dessa camada de asfalto. «São coisas que é preciso verificar com antecedência, uma superfície temporária pode começar a desfazer-se, o que pode ser um enorme problema», explicou um especialista nesta matéria, alertando ainda: «É algo que terá de ser constantemente monitorizado e em Singapura sucederá algo semelhante, pois o traçado foi ligeiramente alterado, com uma parte asfaltada de novo».
Preocupação maior, contudo, foi a levantada pelo director desportivo da Pirelli, Paul Hembery, devido às características super-rápidas do final da volta em Baku que podem levar ao aparecimento das chamadas ondas estacionárias que podem provocar falhas graves nos pneus. Foi o que sucedeu com os pneus Michelin no G.P. dos EUA em 2005 – em Indianápolis, quando os carros com os pneus franceses se recusaram a participar na corrida – ou com os Pirelli no ano passado, na Bélgica.
Aquele tipo de ondas aparece pela combinação de elevadas velocidades em recta com grandes forças em curva e podem causar danos profundos na estrutura dos pneus. «As longas rectas podem criar ondas estacionárias e, embora este circuito não pareça demasiado exigente, tem aquela recta que nos obriga a estar vigilantes e a ser muito cuidadosos», explicou Hembery.
O director da Pirelli referia-se a toda a parte entre a curva 17 e a 20 que é feita a fundo, seguindo-se a recta da meta, onde os monolugares poderão chegar aos 340 km/h. O que levará, certamente, a uma vigilância mais apertada das pressões a que as equipas irão operar os seus pneus. «Um circuito novo pode sempre causar-nos surpresas. E embora as novas superfícies sejam lisas e pouco abrasivas, estas ondas podem colocar problemas à integridade dos pneus que teremos de vigiar».