As corridas europeias do Mundial de F1 deveriam começar mais tarde que as tradicionais 13 horas (portuguesas), para atraírem maiores audiências televisivas. Quem o defende é Claire Williams, directora-adjunta da Williams (filha de Frank Williams) e responsável do denominado Grupo de Trabalho Promocional.
«Temos de olhar para a sociedade que temos hoje em dia e onde as pessoas querem passar mais tempo umas com as outras, fora de casa», diz Williams. «Não querem ficar com dia todo ‘tapado’ só para assistirem a um Grande Prémio, como sucede agora».
Claire Williams defende que as corridas europeias deviam realizar-se às 16 ou até às 17 horas do Reino Unido (o mesmo fuso de Portugal Continental). «Assim, muitas pessoas teriam passado grande parte do domingo com a família e estariam mais predispostas a assistirem a uma corrida de Fórmula 1».
Acima de tudo, Williams gostaria que os adeptos da modalidade fossem auscultados acerca do que gostariam de ver alterado. «A F1 nunca deu verdadeiramente a palavra aos fãs. Vivemos numa espécie de uma ‘bolha’ mas deveríamos estar mais atentos aos desejos dos adeptos. Por exemplo, se os interrogarmos acerca dos horários poderemos saber se será boa ideia atrasar o começo das corridas».
Mas Claire Williams não se fica por aqui e, embora reconhecendo «o extraordinário trabalho feito por Ecclestone para nos tornar um desporto global», não deixa de mostrar preocupações com o progressivo desaparecimento de importantes corridas europeias: França há muitos anos que não tem Grande Prémio; a Alemanha não terá este ano, pela primeira vez em mais de 50 anos; e Ecclestone continua a ameaçar Monza!
«Continuar a perder corridas na Europa que, afinal, continua a ser onde se encontra a nossa base de popularidade, é capaz de não ser algo muito aconselhável…», referiu a responsável da equipa Williams.