A publicidade a bebidas alcoólicas na Fórmula 1 está «sob fogo», depois de um relatório de uma entidade europeia ter concluído que a exposição dos espectadores dos Grandes Prémios a tais anúncios era excessiva…
Curiosamente, neste momento apenas a Williams (Martini), McLaren (Johnny Walker) e Force India (Smirnoff e Kingfisher) têm apoios de bebidas alcoólicas e, tirando talvez a primeira, a exposição televisiva tem sido mínima, inerente aos fracos resultados obtidos este ano.
No entanto, 57 associações de saúde pública de 25 países europeus, reunidas na Eurocare, consideraram que a exibição de publicidade a bebidas alcoólicas na F1 viola a directiva europeia sobre serviços de audiovisual, além de contrariar códigos de conduta aceites pela própria indústria de bebidas alcoólicas.
No seu relatório, a Eurocare acusa haver «falta de reconhecimento por parte da comunidade da F1 da sua responsabilidade quando mostram anúncios a álcool a cada cinco segundos para uma audiência de 500 milhões de telespectadores». E lamenta-se de já ter alertado o presidente da FIA para o problema, tendo recebido uma resposta de Jean Todt de que não era responsável pelo assunto.
A divulgação deste relatório hoje, no dia de pausa do G.P. do Mónaco, não sucedeu por acaso. Num estudo efectuado sobre a transmissão televisiva da prova de há um ano, a Eurocare concluiu que foram mostradas 11 referências a bebidas alcoólicas por minuto, num total de 1328: 74 antes da corrida, 1177 durante a corrida e 77 depois. A sua localização maioritária era em painéis ao longo da pista (1072) ou nas passadeiras sobre o circuito (54), sendo as dos carros apenas 48.
Resta acrescentar que no Mónaco não há limitação para esse tipo de publicidade (nem mesmo ao tabaco), pelo que haverá, obviamente, uma inflação de publicidade às bebidas alcoólicas em torno da pista, para mais situada em ambiente urbano…