Não só o capacete de Senna que ontem foi entregue a Lewis Hamilton, anunciado como sendo uma prenda da família do brasileiro por o piloto da Mercedes ter igualado o seu ídolo com a 65.ª «pole», ser afinal uma réplica, como o original que está no Mónaco reservado para o britânico nunca ter, afinal, corrido na cabeça do brasileiro… Confuso? Pois… Não havia necessidade de uma coisa destas, mas foi preciso a sobrinha de Ayrton Senna vir esclarecer uma situação que terá surpreendido tanto Hamilton como os milhões de fãs dos dois pilotos.
O piloto da Mercedes ficou totalmente surpreendido com a prenda que lhe estava reservada, mas foi rapidamente esclarecido de que aquele capacete que lhe tinha sido entregue – como sendo o que Senna usara na sua primeira vitória no G.P. do Mónaco, em 1987, com o Lotus/Honda – era, afinal, uma réplica. E que o original estaria à sua espera no Mónaco, a residência de Hamilton mas também onde o capacete sempre ficou. Fazia sentido, não valia a pena estar a transportar e a segurar tão valioso objecto quando não havia garantia de que fosse para o entregar em Montreal.
Mas a história não ficou por aqui… Porque, afinal, o capacete que Hamilton receberá será de facto um original pintado pelo célebre Sid Mosca, o homem que decorou todos os capacetes de Senna, mas nunca foi usado pelo brasileiro em corrida, sendo apenas um exemplar de exibição em eventos promocionais… A família recuperou-o em 1994 e, desde então, tem sido usado em numerosos eventos organizados pelo Instituto Ayrton Senna.
À revista britânica «Autosport», a sobrinha do mítico piloto brasileiro, Bianca Senna, garantiu: «Há muitos anos que conhecemos o Lewis e sabemos como ele é fã do meu tio, aliás ele é embaixador oficial do Instituto Ayrton Senna, apoiando as nossas acções que promovem uma melhor educação para as crianças brasileiras. Tal como o Ayrton, ele sempre partilhou os seus sucessos com os fãs e a nossa família está muito feliz com o que ele tem conseguido. Estou certa que o Ayrton estaria em Montreal para lhe entregar esta prenda tão especial e muito feliz por ver o seu recorde igualado por um piloto tão talentoso como o Lewis».
Certamente que sim. Mas talvez lhe tivesse entregue um mesmo genuíno, daqueles com que tivesse corrido… E esse do Mónaco-1987 tinha até uma particularidade acrescentada por Sid Mosca: no topo tinha dois pequenos aviões a negro, pois Ayrton Senna quis, nessa prova, prestar homenagem aos pilotos da Força Aérea Brasileira.