O estado ainda muito prematuro do conhecimento e do entrosamento de equipas e pilotos com os novos carros de 2017 nota-se pela forma como foram encarados os dois dias de testes que amanhã começam, na pista de Sakhir, onde ontem se realizou o G.P. do Bahrain. Normalmente, as duas sessões de testes realizadas com a temporada em curso – a outra será no Hungaroring, logo após o G.P. da Hungria – são aproveitadas para rodar pilotos menos experientes. Desta feita, 16 dos 20 pilotos titulares estarão ao volante, embora também haja espaço para caras menos conhecidas…
Na Mercedes, por exemplo, tanto Hamilton como Bottas irão rodar, se bem que a equipa tricampeã do Mundo tenha de sacrificar um dos dias a testar para a Pirelli, sem poder fazer qualquer alteração ao seu carro. Na Ferrari, Sebastian Vettel voltará, na quarta-feira, a rodar na pista onde obteve a sua segunda vitória deste ano. No primeiro dia será a vez de Antonio Giovinazzi se estrear a guiar um Ferrari fora de Fiorano (onde pilotou o carro de 2015), contrariando o que se dizia das dúvidas da Scuderia o emprestar à Sauber na China por isso o impedir de alinhar nestes testes…
Aliás, tudo indica que as regras terão sido modificadas pois, até aqui, um dos dias dos testes realizados em plena época, deveria estar destinado a um piloto sem experiência de F1, ou seja, que tivesse alinhado no máximo num Grande Prémio… Isso não sucederá no Bahrain, onde há equipas como a Mercedes, Sauber ou Haas que alinham apenas os seus pilotos titulares e outras (Force India, Williams e Toro Rosso) que encaixam os habituais pilotos num dia só, deixando a outra jornada para o piloto de testes.
Que na Force India será o já conhecido Alfonso Celis Jr. (que já participou até em sessões de treinos livres), com Gary Paffett (ex-piloto de testes da McLaren e piloto de DTM) a guiar para a Williams e a Toro Rosso a proporcionar a estreia na F1 ao seu piloto de desenvolvimento, Sean Gelael, actualmente a correr na F2, o segundo indonésio a guiar um F1, a seguir a Rio Haryanto.
Na Red Bull regressa o francês Pierre Gasly, enquanto a Renault volta a chamar o russo Sergey Sirotkin. Para a marca francesa e para as equipas a quem fornece motores este é um teste de grande importância, pois irá voltar a experimentar o sistema MGU-K desenvolvido para o grupo propulsor de 2017, mas que teve de ser abandonado e trocado pelo do ano passado, depois dos problemas de fiabilidade que colocou ainda nos testes e Barcelona. A vantagem é que, não só é 5 kg mais leve, como dispensa o depósito de 1 kg de líquido de refrigeração! Não dá mais potência porque a cavalagem fornecida pelo MGU-K está limitada por regulamento.
A McLaren contará com Oliver Turvey que terá como missão confirmar a correlação entre os dados da pista e os do simulador da equipa. Mas a equipa tem muito trabalho pela frente, mais concretamente a Honda, cujo responsável para a F1, Yusuke Hasegawa, explicou que irão experimentar algumas novas ideias no motor de combustão, mas que não se tratará de um motor novo, ao contrário do que se chegou a pensar…
Mas depois do que sucedeu este fim-de-semana, com autêntica hecatombe nos motores Honda, em especial nos dispositivos MGU-H, a marca nipónica está a passar por uma das fases mais negras deste seu regresso à F1. Quando se pensava que já não podia piorar mais… O plantel para estes testes é o seguinte:
Equipa | 3.ª feira | 4.ª feira |
Ferrari | Antonio Giovinazzi | Sebastian Vettel |
Mercedes | Lewis Hamilton | Valtteri Bottas |
Red Bull | Daniel Ricciardo | Pierre Gasly |
Force India | Ocon (M) e Perez (T) | Alfonso Celis Jr. |
Williams | Stroll (M) e Massa (T) | Gary Paffett |
Renault | Nico Hulkenberg | Sergey Sirotkin |
Sauber | Marcus Ericsson | Pascal Werhlein |
McLaren | Oliver Turvey | Stoffel Vandoorne |
Haas | Romain Grosjean | Kevin Magnussen |
Toro Rosso | Sean Gelael | Kvyat (M) e Sainz (T) |
Em ambos os dias a jornada arrancará às 9 horas locais, 7 horas de Portugal Continental e Madeira.