A Renault parece mesmo disposta a voltar à Fórmula 1 como equipa, deixando de ser apenas fornecedor de pneus. Decisão já falada há algum tempo – já foram sugeridas as compras da Toro Rosso, da Lotus (que até poderia ter a «bênção» da Mercedes) e, mais recentemente, da mais «baratinha» Manor – mas que recebeu agora um novo impulso.
Primeiro com as conversações realizadas no Mónaco, entre Ecclestone e Carlos Ghosn, o presidente da Aliança Renault/Nissan. E depois com explicações que parecem claras do director da Renault Sport F1, Cyril Abiteboul: «Na nossa opinião, o modelo de fornecedor de motores não funciona com esta regulamentação».
E Abiteboul elucidou o seu raciocínio: «O nível de investimento é tão elevado que não recebemos o devido retorno apenas como fornecedores de motores, em especial para tentar apanhar competidores que colocaram a fasquia tão alta como a Mercedes».
Numa declaração em que assume a enorme vantagem da marca alemã, o francês acrescentou: «Se a Mercedes não tem colocado a fasquia tão alta talvez compensasse. Mas, neste momento, estamos tão distantes que temos de gastar mais e, para isso, temos de ter maior retorno, nomeadamente em termos de marketing’».
E a distância para os alemães é tal que até o entusiasmo da Renault pelos actuais grupos propulsores V6 turbo híbridos… foi algo abalado: «Devemos dar-lhes mais algum tempo antes de tirarmos conclusões definitivas. Estes novos motores, mais eficientes, são uma boa coisa, mas talvez tenhamos falhado algo na sua introdução, como uma contenção dos custos. Se o tivéssemos feito de início, certamente que a diferença de ‘performances’ não seria tão grande como é actualmente».