Não havendo qualquer confirmação oficial ainda, corre a notícia de que a Renault já terá assinado uma carta de intenções para a compra da Lotus, finalizando um acordo económico que poderá atingir os 100 milhões de libras, cerca de 137 milhões de euros! A confirmar-se, significa a continuação da marca francesa na F1 e, desta vez, regressando como equipa oficial de «corpo inteiro», como se tem vindo a falar.
Um acordo caro, até porque inclui as enormes dívidas da equipa que, ontem à tarde, era a única no circuito de Suzuka a não ter acesso às instalações reservadas às equipas… por falta de pagamento ao circuito da ocupação em 2014! Sabe-se que Carlos Ghosn, presidente da Renault/Nissan, preferia que a Lotus tivesse entrado em falência, para depois a comprar já livre de dívidas. O problema é que, dessa forma, perderia os muitos milhões dos direitos garantidos pela FOM, além de que obrigaria à paragem das operações da equipa que não só está ainda a competir na actual temporada como já está a trabalhar no carro de 2016.
Por outro lado, com a confirmação de Pastor Maldonado como piloto para 2016, conta já com um financiamento da PDVSA, a petrolífera venezuelana, na ordem dos 30 milhões de euros. O actual sócio maioritário, Gerard Lopez, ficará com uma pequena parte das acções, mas consta que Alain Prost terá recusado os 20% que lhe foram propostos para, a exemplo do que sucede com Niki Lauda na Mercedes, ficar com o cargo de presidente não executivo. Prost terá tido receio de haver ainda mais dívidas «debaixo do tapete»…
Este negócio proporcionará algumas situações inesperadas… Para começar, e essa era mais ou menos óbvia, será criada uma estrutura única, sob o comando de Cyril Abiteboul, que reunirá a Renault Sport F1 com a Renault Sport Technologies. Menos habitual será a colaboração entre duas petrolíferas, já que a PDVSA trabalhará em conjunto com a Total, a gasolineira francesa que há muito é parceira da Renault.
Mais inesperada é a forma como a Renault espera ultrapassar um problema técnico que se coloca com a separação da Red Bull e que já aqui tínhamos abordado: partes do sistema híbrido como a bateria ou a recuperação da energia de travagem (antigo sistema KERS, agora designado MGU-K) eram fornecidos pela Red Bull, através da austríaca Magna Steyr. Pois a ajuda deverá chegar… da Mercedes, marca com que a Renault tem já uma forte parceria a nível industrial!