No pódio, entre os Príncipes do Mónaco, Nico Rosberg mostrava a sua felicidade, embora de forma controlada. «Claro que estou muito contente mas sei que, hoje, tive muita sorte! O Lewis guiou muito bem e merecia a vitória. Mas as corridas são assim…». Os Príncipes também estariam satisfeitos, com três dos seus súbditos (Rosberg, Hamilton e Ricciardo) no «top-5»…
O piloto alemão reconhecia que não percebera como é que, de repente, tinha ficado à frente da corrida: «Não sei o que sucedeu, estamos no carro e é difícil perceber porque são algumas decisões tomadas. Demorei até algum tempo a perceber o que se passava porque vi o ‘safety car’ e não tinha o Lewis à minha frente. E de repente vi, atrás de mim, o Lewis a bater-se com Sebastian…». Apesar disso, Rosberg não deu a vitória por garantida: «Nessa altura ainda achei que ele ia ganhar por ter os pneus supermacios novos e os meus estavam muito frios, era como guiar no gelo! O meu engenheiro deu-me temperaturas de pneus que nunca ouvira! Felizmente que conseguiu pô-los rapidamente na temperatura certa e garantir a vitória».
Apesar de tudo, reconhecia estar algo dividido. «É uma comemoração estranha, porque a equipa não está feliz, pois todos sabemos que era o Lewis quem merecia ter ganho hoje. Aprendi que, no desporto, às vezes temos dias horríveis. Hoje foi talvez o dia mais sortudo da minha carreira, mas aceito-o e uma vitória no Mónaco é sempre uma vitória no Mónaco! Já para o Lewis terá sido um dos piores momentos da sua carreira, em especial pelo fantástico trabalho que fez todo o fim-de-semana».
Quanto aos festejos da terceira vitória consecutiva – feito só alcançado por Graham Hill, Alain Prost e Ayrton Senna – estavam condicionados por uma autorização muito especial: «Tenho de pedir permissão à minha mulher que está grávida e deita-se sempre às dez horas… Mas claro que é possível que amanhã de manhã esteja com algumas dores de cabeça…».
Claramente a «gozar o prato» do que se passara com a Mercedes e a apreciar um 2.º lugar em que já não pensava, Sebastian Vettel contou: «A reviravolta no final foi surpreendente, mas estávamos lá para a aproveitar. Consegui passar o Lewis quando ele saiu das ‘boxes’, foi por pouco mas eu estava à frente. Depois, o Nico guiou muito bem e nem consegui acompanhá.lo, muito menos atacá-lo».