Com a tão repentina quanto surpreendente resignação de Ferdinand Piëch à presidência do directório do Grupo VW é inevitável que volte a falar de um eventual interesse do segundo maior construtor mundial na Fórmula 1. Um tema já «gasto» mas que, agora, conhece importante desenvolvimento, já que Piëch era o principal opositor à entrada na F1, em especial enquanto Bernie Ecclestone estivesse «ao leme».
Tudo indica que o outrora «todo-poderoso» do Grupo VW – a família Piëch mais a família Porsche ainda controlam 51% do grupo… – tenha optado por sair ao perceber que não ganharia o braço-de-ferro que estava a travar com o presidente executivo do Grupo, Martin Winterkorn, acerca da sua própria sucessão…
Piëch nunca escondeu a sua preferência pelas provas de Resistência, face à F1, ou não tivesse ele, engenheiro de profissão, estado envolvido no projecto do lendário 917 que escreveu o nome da Porsche em letras de ouro na história das 24 Horas de Le Mans.
Com a sua partida, contudo, voltaram de imediato as especulações quanto ao eventual interesse da Audi na F1, depois de longos anos de domínio na Resistência e, em particular, em Le Mans. Até porque, aparentemente, não fará grande sentido, em termos de «marketing», ter duas marcas «irmãs» como Audi e Porsche a defrontarem-se no mesmo campeonato…
O rumor volta a apontar a Red Bull como alvo ideal para o eventual envolvimento da Audi, a partir de 2017 – o acordo da equipa austríaca com a Renault termina no final de 2016 –, seja como fornecedora de motores ou indo mais longe e comprando a equipa para se bater directamente com a rival Mercedes. Será, eventualmente, essa decisão que estará dependente do estudo de viabilidade já feito, com toda a discrição, pelo ex-director da Scuderia Ferrari, Stefano Domenicalli, contratado pela Audi depois de abandonar a equipa italiana.