Este é o fim-de-semana de se correr no… tecto do Campeonato do Mundo de Fórmula 1! Situada a cerca de 2200 metros de altitude, a Cidade do México recebe a 18.ª prova do Mundial e, com grandes probabilidades, a consagração de Lewis Hamilton como tetracampeão. As contas são fáceis: mesmo que Vettel vença, a Hamilton basta-lhe um 5.º lugar; se o alemão for 2.º, a 9.ª posição é suficiente…
Acresce o facto de o Autódromo Hermanos Rodriguez ser uma pista favorável aos Mercedes, desde que voltou ao calendário da F1, em 2015, com um triunfo de Rosberg e outro de Hamilton. Pista rápida, para o que contribui a mais longa recta da meta do Mundial, com 1314 metros, mas também toda a parte de trás, igualmente muito veloz, antes da entrada na secção mais lenta, no Foro Sol, construído dentro de um estádio de basebol e onde os pilotos conseguem sentir de perto o apoio de milhares de fãs.
Este ano chegaram a pairar algumas nuvens negras sobre a realização da prova, devido a uma série de terramotos que abalaram o México no início deste mês, e que se fizeram sentir também na capital, com largas dezenas de mortos. Os pilotos de F1, aliás, na altura a competirem no Japão, uniram-se numa bonita mensagem de solidariedade para com o povo mexicano. Mas os responsáveis da pista, depois de uma cuidadosa vistoria, apressaram-se a dizer que a infraestrutura não fora afectada e que estava pronta a receber o Grande Prémio.
De imediato houve uma corrida aos bilhetes que esgotaram rapidamente para os três dias, em especial para apoiar o «filho da casa», Sergio «Checo» Perez. Mas também Alfonso Celis Jr, piloto de reserva da Force India e que irá rodar no primeiro treino livre de sexta-feira, no carro habitualmente pilotado por Ocon.
A pista do México coloca alguns problemas muito específicos devido à baixa densidade do ar, consequência da elevada altitude. São dificuldades a nível de arrefecimento da mecânica e travões (é como se houvesse menos ar para os refrigerar) e a necessidade de compensar com rotações do turbo mais elevadas a normal quebra de potência que sente a tão elevadas altitudes. Numa altura da época em que a gestão das mecânicas já está a ser feita com pinças, é um problema adicional… Apesar de os carros andarem muito tempo a fundo, não se esperam problemas de consumos demasiado elevados.
A nível de pneus, a Pirelli repete as suas três misturas mais macias, como tinha feito em Austin, na passada semana. Mas, desta feita, ao contrário do que é habitual, foi a Ferrarri a mais cuidadosa e a jogar pelo seguro com 7 jogos de ultramacios (púrpura), contra 9 dos Mercedes. Grande aposta de Vettel nos supermacios (vermelho), com 5 jogos, contra 3 de Hamilton.
Em termos de horários, este G.P. do México também será simpático de acompanhar, passando-se tudo à tarde, início da noite. As duas primeiras sessões de treinos livres terão, como sempre, hora e meia cada uma, realizando-se amanhã, sexta-feira, a partir das 16 e das 20 horas de Portugal Continental e Madeira (menos uma hora nos Açores). No sábado, o último treino livre, com apenas uma hora, realiza-se a partir das 16 horas, para a qualificação se decidir desde as 19 horas.
A mesma hora a que começará a corrida no domingo, para 71 voltas aos 4,304 km do Autódromo Hermanos Rodriguez que termina com um dos mais apoteóticos pódios do ano, em pleno estádio de basebol, transformado no Foro Sol, sempre cheio com quase 30 mil entusiásticos adeptos!