As condições atmosféricas têm vindo a piorar em Singapura, com a neblina de fumo proveniente da vizinha ilha indonésia de Sumatra a adensar-se e a perturbar já de forma muito sensível o dia-a-dia. Já houve, inclusive, voos cancelados, não só em Singapura como na vizinha Malásia, por falta de condições de visibilidade, além da qualidade do ar estar agora em níveis considerados pouco saudáveis.
Na tarde de terça-feira – Singapura está sete horas à frente de Portugal Continental e Madeira –, os valores do Índice de Poluição (PSI) medidos andaram entre 129 e os 155 quando a classificação de «não saudável» começa nos… 101! Mas na segunda-feira tinha chegado aos 222, acima da barreira dos 200, considerada «perigosa». Por outro lado, havia previsões que apontavam para alguma precipitação que podia melhorar a situação mas, caso os ventos continuem a soprar desde os lados de Sumatra, ninguém poderá prever a evolução da situação.
Alguns eventos ao ar livre marcados para o próximo fim-de-semana, como uma corrida de caridade contra o cancro, foram já cancelados, o que aumenta as dúvidas quanto ao Grande Prémio e à grande festa montada à sua volta, com vários concertos. «Esta neblina é algo que se altera com grande rapidez, não só de dia para dia como até de hora a hora. Portanto, não há forma de prever qual a evolução do PSI para o fim-de-semana das corridas», referiu um porta-voz da organização do Grande Prémio
Os organizadores também já anunciaram que as medições do PSI serão constantemente exibidas nos ecrãs gigantes do circuito, que estarão à venda máscaras para o nariz e boca para os espectadores e que todos os postos médicos estarão preparados para responder a alguma ocorrência relacionada com esta neblina de poluição. O problema está a ser causado pelas queimadas feitas em Sumatra para limpar os terrenos agrícolas, cujos fumos os ventos estão a levar para Singapura e a Malásia.