Finalmente parece começar a haver alguma vontade de simplificar as regras da F1, ponto fundamental para reconquistar adeptos, tornando a disciplina mais perceptível e… «amigável». Os quatro construtores de motores terão decidido terminar, a partir de 2017, com o inacreditavelmente complexo sistema de «fichas» de desenvolvimento que lhes permitia introduzir algumas evoluções nos seus grupos propulsores ao longo do ano.
Cada alteração tinha correspondência a um determinado número de «fichas», determinado numa lista infindável e quase indecifrável, não podendo o total dessas «fichas» ultrapassar um número fixo por época, no caso da temporada de 2016, as 32. Um número que deveria baixar a 25 em 2017, a 20 em 2018 e 15 em 2019, de forma a limitar cada vez mais as mexidas nos motores ao longo do ano, para baixar os custos de desenvolvimento.
O problema é que este esquema tinha implícito uma série de penalizações para quem não cumprisse aqueles limites, também elas difíceis de compreender para os fãs que acompanham a F1. Agora, com o final as famigeradas «fichas» tudo volta a ser mais simples e os construtores voltarão a poder desenvolver os motores no decorrer das temporadas.
Foi Ciryl Abiteboul, da Renault, quem revelou a «libertação» do desenvolvimento dos motores a partir de 2017. «O sistema de ‘fichas’ vai ser abandonado porque estamos todos de acordo no facto de que a ‘performance’ dos motores deverá convergir. Uma F1 que é determinada pela ‘performance’ de um motor não é boa para ninguém. Nem para a Mercedes, nem para a Renault ou a Ferrari», referiu o francês.
Claro que esta solução fará disparar os custos de evolução dos motores. Mas há quem veja nesta decisão uma contrapartida de um acordo, ainda por anunciar, entre os construtores de tornar os seus motores mais baratos…