O facto de as três equipas da frente há muito terem confirmado os titulares dos seus volantes para 2017 dá-nos a sensação de que o mercado de pilotos já está fechado e decidido, o que está longe de ser a situação. De momento, quase 60% do pelotão do próximo ano está ainda por definir, não se sabendo ainda «preto no branco» quem ocupará 13 dos 22 lugares.
Vá lá perceber-se estas coisas… Apesar de a Force India reclamar que tem contrato com o mexicano e ele até o reconhecer, Sergio Perez é um pouco a chave do mercado, ao referir que irá para onde os seus patrocinadores o mandarem. Diz-se que haverá uma cláusula a prever que sejam de facto os fortes «sponsors» mexicanos de Perez a decidir o futuro do piloto o que, a confirmar-se, dará uma nova aura à imagem tão distorcida e denegrida do «piloto pagante»!
Os financiadores da carreira de Perez – cuja popularidade no México é tão grande que terá uma bancada própria no seu Grande Prémio! – parecem andar indecisos entre ficar na Force India ou colocar o seu piloto na Renault ou Williams que não recusarão, certamente, os muitos milhões que acompanham o inegável talento do mexicano…
Mas vejamos a situação actual das equipas, referente aos pilotos para a temporada de 2017, assinalando-se a preto os nomes já confirmados e a azul as hipóteses de que se fala:
Equipa | Pilotos (Confirmados / Hipóteses) |
Mercedes | Hamilton e Rosberg |
Red Bull | Ricciardo e Verstappen |
Ferrari | Vettel e Raikkonen |
Williams | Bottas, Button, Lynn, Perez, Nasr |
Force India | Hulkenberg, Perez, Wehrlein |
Toro Rosso | Sainz, Kvyat, Gasly |
McLaren | Alonso, Button, Vandoorne |
Haas F1 Team | Grosjean, Gutierrez, Leclerc |
Renault | Magnussen, Ocon, Perez, Sirotkin, Massa |
Manor | Wehrlein, Rossi, Haryanto |
Sauber | Ericsson, Nasr |
Na Williams é até provável que Bottas continue, dado o seu histórico com a equipa (tem sido sempre melhor que Massa e assim continua) e por ser, com as três da frente fechadas, a que lhe dá maiores garantias de competitividade. Dificilmente o brasileiro continuará, podendo até entrar o compatriota Nasr para o seu lugar – já foi piloto de testes da Williams e tem sempre os 15 milhões do Banco do Brasil… Mas a possibilidade de Jenson Button regressar à equipa onde se estreou na F1 está em cima da mesa, bem como a promoção de Alex Lynn de piloto reserva a titular. E, claro, Sergio Perez…
Se o mexicano sair da Force India, abre-se um lugar interessante para a Mercedes colocar Pascal Werhlein para o alemão prosseguir a sua evolução, dado que os lugares na equipa oficial estão tapados até 2019… Mediante um abatimento na factura de fornecimento de motores, claro! Ficaria uma dupla germânica, pois Nico Hulkenberg está já confirmado. Também Carlos Sainz está certo na Toro Rosso e o outro lugar será para Daniil Kvyat ou Pierre Gasly, consoante decisão de Helmut Marko: o russo está em maus lençóis mas conta com o apoio do director da equipa, Franz Tost; o francês não está tão dominador na GP2 como Marko gostaria…
Na McLaren a situação é simples: Alonso confirmado mais um ano e se Button não continuar entra Stoffel Vandoorne, embora a sensação, de fora, é que a equipa não se importava nada de apostar no jovem belga… Já na Haas a renovação da actual dupla (Grosjean-Gutierrez) é uma possibilidade forte por uma questão de estabilidade na evolução da equipa, mas há o promissor jovem monegasco Charles Leclerc (também com ligações à Ferrari, como Gutierrez) que pode tirar o lugar ao mexicano…
Na Renault não faltam candidatos, embora as apostas mais fortes apontem para a manutenção de Magnussen e a entrada de Esteban Ocon, se confirmar o seu talento nesta parte final da época com a Manor. O lugar de Magnussen poderá estar em risco… se os patrocinadores de Sergio Perez estiveram para ali virados!
Se ficar sem Wehrlein e Ocon, a Manor terá de refazer a dupla de pilotos. O americano Alexander Rossi poderá ser hipótese para trocar os Indycars e voltar à F1, Rio Haryanto poderá reencontrar os fundos de que precisa para regressar ou, como vai sendo hábito, a Manor poderá ser porta de entrada de novas caras na F1. Já a Sauber deverá manter Marcus Ericsson – fala-se que os novos donos têm ligações aos apoiantes do piloto – e procurará piloto para o segundo carro, caso não renove com Felipe Nasr. Ou seja, à entrada da recta final do Mundial, ainda há muita… «silly season» dos pequeninos!