A Lotus recebeu mais um balão de oxigénio, graças à Carta de Intenções assinada entre a Renault e a Gravity Motorsports (parte da Genii Capitals) para a aquisição de posição maioritária na equipa. Porque foi isso que lhe valeu a decisão do tribunal londrino que lhe deu mais dez semanas para que o negócio seja concluído, antes de ter mesmo de resolver a sua questão com o fisco britânico…
Recorde-se que a Lotus corria o risco de ser colocada sob administração fiscal, devido a uma dívida não só de impostos mas também à segurança social britânica que ascende a 2,7 milhões de libras (900 mil por cada mês de Junho a Agosto), sensivelmente 3,8 milhões de euros! Em simultâneo, a equipa tem conseguido contornar os vários pedidos colocados na Justiça por parte de diversos credores, no que as negociações com a Renault também têm ajudado.
Agora, a referida Carta de Intenções foi suficiente para que o tribunal decidisse dar mais algum tempo à Lotus, de forma a que o negócio com a Renault seja concluído. O prazo para a regularização das dívidas é agora o dia 7 de Dezembro
A Lotus tem tido um ano de extremas dificuldades financeiras, com vários episódios marcantes. Na Hungria teve de entregar um cheque à Pirelli minutos antes do primeiro treino para poder ter pneus. Em Agosto foi Ecclestone quem adiantou o dinheiro dos ordenados e, na Bélgica, todo o material da equipa ficou arrestado três dias, por conta do pagamento de uma indemnização devida ao piloto Charles Pic. E até a cantina da fábrica de Enstone já teve de fechar…
Por fim, em Suzuka, muito do material chegou atrasado por falta de pagamento e a área reservada à equipa nunca foi aberta por dívidas referentes a 2014, tendo os seus elementos comido no «Paddock Club» por favor de Ecclestone ou a convite de outras equipas e da Pirelli… Isto já para não falar que peças novas de desenvolvimento é coisa que o Lotus E23 já não conhece há largos meses, pelo que o trabalho feito pela equipa, nestas condições, tem de ser reconhecido como notável!