Já passaram 23 anos sobre a grande vitória de Nigel Mansell no G.P. do México, dominador com o Williams/Renault, a iniciar a caminhada triunfal para o seu título de campeão do Mundo de F1. Foi a última vez que o Mundial visitou o autódromo Hermanos Rodriguez, situado no coração da capital mexicana, mas os promotores do regresso da F1 à Cidade do México quiseram recordar o piloto britânico dando o seu nome à nova curva de entrada na recta da meta.
A pista mexicana mantém o traçado praticamente inalterado, excepção feita à famosa curva parabólica Peraltada que levava à recta da meta e agora, por questões de segurança – falta de espaço físico para uma escapatória que teria, necessariamente, de ser enorme… –, foi substituída por uma secção sinuosa e lenta dentro de um antigo estádio de basebol. Outra característica obviamente inalterada é a elevada altitude a que se situa o traçado mexicano (2300 metros) que sempre deu grandes dores de cabeça aos engenheiros para a alimentação dos motores, por já se fazer sentir a rarefacção do oxigénio. Um problema mais complexo para os motores atmosféricos mas que também os actuais turbo sofrerão.
Como é lógico, nunca nenhum dos pilotos actuais correu no traçado que homenageia os irmãos Pedro e Ricardo Rodriguez. Apenas Daniel Ricciardo rodou no circuito, ao volante de um Infiniti, quando a pista estava ainda em fase de acabamentos, numa acção promocional da Red Bull. «Só guiei em partes da pista que já estavam terminadas em Julho por isso não tenho uma opinião formada… A longa recta da meta fez-me lembrar um pouco Monza. E há algumas zonas muito fluidas do traçado que me pareceram interessantes, mas só quando pudermos guiar nos nossos carros poderemos ter uma opinião mais concreta», comentou o australiano.
Mas será uma pista de alta velocidade, graças à enorme recta da meta (1,3 km!) onde deverão ser aflorados os 330 km/h, mas também às zonas muito rápidas antes das curvas 4 e 12. Com 4,306 km de extensão, o traçado do autódromo Hermanos Rodriguez parece ter, potencialmente, três pontos de ultrapassagem. Um traçado em que a potência dos motores desempenhará papel importante, pelo que voltaremos a ter, certamente, um duelo centrado entre os Mercedes e os Ferrari.
Com os títulos já atribuídos, os dois pilotos da Mercedes sabem que são livres de se baterem pela vitória mas… até é lícito esperar que, mais cedo ou mais tarde, possam aparecer ordens de equipa para favorecer Nico Rosberg: o alemão está ainda na luta com Sebastian Vettel pelo 2.º lugar no Mundial, tendo por agora 4 pontos de desvantagem e a equipa campeã do Mundo há-de querer, certamente, replicar no campeonato as duplas que já conseguiu, este ano, por nove vezes!
Sendo uma pista desconhecida para todos, a Pirelli assume que a opção pelos pneus macios (amarelos) e médios (brancos) foi algo conservadora, embora espere duas paragens nas «boxes»: «Escolher os compostos ideais para uma nova pista comporta alguns riscos, mas a simulação é actualmente muito rigorosa, embora seja inevitável que no primeiro ano façamos sempre uma escolha mais conservadora», explicou o director-desportivo da Pirelli, Paul Hembery.
À distância, as previsões apontam para trovoadas e possibilidade de aguaceiros para a tarde da corrida… Os treinos lives para o G.P. do México realizam-se na sexta-feira às 16 e 20 horas de Portugal Continental e no sábado, às 16 horas. A qualificação tem lugar às 19 horas de sábado, com a corrida a realizar-se no domingo também às 19 horas.