Os pequenos motores de 1,6 litros V6 turbo com sistemas híbridos que apareceram na F1 há apenas dois anos já são mais potentes que os grandes V8 e V10 que os antecederam! A opinião é de um conhecedor, já que se trata de Andy Cowell, o engenheiro que está à frente do departamento de motores de F1 da Mercedes, em Brixworth (Inglaterra).
«Se olharmos apenas para o motor de combustão interna, então o V6 turbo de 1,6 litros que usamos actualmente é praticamente tão potente como eram os V8 atmosféricos de 2,4 litros», explica. «Ambos estes motores tinham sistemas híbridos, mas se compararmos o antigo sistema KERS do motor V8 com o ERS do V6, então o conjunto actual é 10% mais poderoso que o que usávamos no passado!».
Mas Cowell chama ainda a atenção para outros detalhes: «O actual ERS está disponível durante a maior parte da volta, enquanto o anterior KERS só podia ser usado durante 6 ou 7 segundos por volta. Ou seja, ao nível dos tempos, o impacto do ERS na prestação do V6 é incomparavelmente mais importante do que era o do KERS no V8».
Para os mais cépticos em relação às motorizações híbridas, o engenheiro da Mercedes recua mais uns anos e vai buscar os motores V10 de três litros, utilizados até 2005: «Se considerarmos a potência total de que dispomos hoje e a compararmos com a que produzia um V10, temos hoje muito mais cavalos do que tínhamos no final da era dos V10», garante Cowell.
E para finalizar a comparação e realçar os avanços tecnológicos feitos com a mais recente geração de motores de Fórmula 1, Andy Cowell acrescenta um dado… esmagador! «Na era do V10, o débito de combustível era superior a 190 kg/h, andaria na casa dos 194 kg/h, enquanto actualmente estamos limitados, por regulamento, a 100 kg/h! Ou seja, conseguimos uma potência total superior, mas atingimo-la com um débito de combustível que é praticamente metade do que era, o que é fenomenal!». Ainda há dúvidas sobre as fabulosas peças de engenharia que são estes V6 turbo híbridos?!