A Liberty Media venceu a corrida à compra de uma parte substancial dos direitos comerciais da Fórmula 1, por uma verba que rondará os… 7,6 mil milhões de euros! A revelação foi feita pelo próprio Bernie Ecclestone e a transacção estará de tal forma adiantada que a transferência da primeira metade daquela verba será feita já esta semana.
A Liberty Media conseguiu, assim, adiantar-se às ofertas da companhia «irmã», a Liberty Global que é detentora de 29% do Discovery Channel, e do Grupo Sky. A única questão que não está totalmente clara é o que está exactamente a Liberty Media a comprar… Tudo indica que serão os 35% que o fundo de investimento CVC Capital ainda detém, devendo anunciar logo de seguida a sua retirada do desporto. A outra grande «fatia» dos direitos comerciais da F1 pertence ao fundo Waddell & Reed, com 20,9%.
Resta saber que papel estará reservado a Bernie Ecclestone que, recorde-se, detém 13,8% dos direitos da Fórmula 1, entre percentagem pessoal e a sua «holding» Bambino Trust. Interrogado a esse propósito, Ecclestone não abriu o jogo, dizendo apenas que tem o destino nas suas mãos e que será ele a decidir o que vai fazer. Ou seja, há-de continuar a mandar…
Resta dizer que aquele investimento gigante faz sentido a longo prazo. Porque a Liberty Media é uma empresa cotada na bolsa de Nova Iorque e porque os lucros da Fórmula 1 não param de crescer: no final de 2015 tinham aumentado 30%, em grande parte devido à desvalorização da libra face ao dólar, o que deixa antever lucros ainda maiores este ano, depois da forte quebra da moeda britânica, após o Brexit. Tudo porque todas as receitas da Fórmula 1 são em dólares, enquanto a maior parte das suas despesas são pagas em libras…
Por outro lado, com a quantidade limitada de lugares no calendário do Mundial (apesar de já ir em 21 provas), tem-se assistido quase a um leilão entre países, aumentando exponencialmente as verbas pagas à FOM para receberem os Grandes Prémios. O lucro final da FOM em 2015 foi superior a 280 milhões de euros.