Continuam os problemas de segurança à saída do circuito de Interlagos e, desta feita, foram diversos elementos da equipa Mercedes a serem assaltados e roubados de forma violenta, quando o mini autocarro em que seguiam foi obrigado a parar. Houve tiros disparados e um dos elementos da equipa chegou a ter uma arma apontada à cabeça!
Foi Lewis Hamilton que, hoje de manhã, revelou o episódio, pois a equipa optou (calcula-se porquê…) por nem apresentar queixa na polícia! «Alguns dos elementos da minha equipa foram travados numa emboscada ontem, ao saírem do circuito, aqui no Brasil», escreveu no Twitter. «Foram disparados tiros e uma arma foi apontada à cabeça de um deles. Por favor rezem pelos meus companheiros que hoje estão aqui como grandes profissionais, mesmo se se encontram ainda em choque. Isto acontece todos os anos aqui. A F1 e as equipas têm de fazer mais, não pode haver desculpas!».
O autocarro transportava mecânicos da equipa quando, segundo um porta-voz da Mercedes, foi obrigado a travar por um automóvel, sendo tomado de assalto por um gangue que roubou tudo o que pôde. «Só posso adiantar que foram itens muito valiosos para a equipa mas que o mais importante é que não aconteceu nada pior e que todos estão bem».
A cena foi testemunhada por elementos da Williams, cujo transporte que seguia logo atrás conseguiu escapar «in extremis» a uma tentativa semelhante. E até um carro blindado com dirigentes da FIA chegou a ter uma pistola encostada, mas o condutor conseguiu fugir. A exemplo do que sucedeu com Jenson Button, em 2010… «Saímos da pista pelas 20 horas e, num engarrafamento, fomos atacados por um grupo de três ou quatro pessoas», contou Matteo Bonciani, assessor da FIA. «Vimos armas, não sei se eram falas ou não, tentaram partir os vidros mas felizmente eram blindados. E o motorista teve um incrível sangue frio para nos tirar dali, apesar da confusão que se criou».
Esta insegurança é frequente à saída do autódromo de Interlagos, que os elementos das equipas vão abandonando de forma mais ou menos isolada, pelas diferenças de horários a que terminam as suas funções. Já estão muito avisados para não usarem roupas que os identifiquem com as equipas de F1 nem usarem objectos de valor mas, mesmo assim, os bandos organizados conseguem saber com precisão quais os alvos mais apetecíveis…
Este ano, segundo alguns jornalistas presentes, nem se nota a presença constante dos helicópteros da Polícia Militar que costumam sobrevoar a zona, fazendo uma espécie de cobertura de segurança para quem sai. E os problemas regressaram, espalhando a preocupação pelo «paddock».