Bernie Ecclestone teve mais uma das suas ideias para abrilhantar os Grandes Prémios de F1… Agora, o «show» animaria se, no programa, houvesse uma outra reservada a mulheres. «Era uma óptima ocasião para se poderem mostrar. Por uma razão ou outra as mulheres não chegam à F1 e não é por não as querermos. A sua presença suscitaria enorme interesse mediático e atrairia, certamente, novos patrocinadores», declarou o octogenário que gere a F1.
«Sugeri às equipas de F1 que houvesse um campeonato separado, talvez assim conseguíssemos acabar por ter uma mulher na F1. A ideia seria fazê-las correr antes do Grande Prémio ou no dia da qualificação, mas é apenas uma sugestão. Embora pense que seria fantástico para a F1 e para os espectadores que vão aos Grandes Prémios».
A primeira e mais dura voz a fazer-se ouvir contra esta nova ideia de Ecclestone foi a de Susie Wolff, piloto de testes da Williams (rodou num dos dias em Jerez) e ex-piloto da Mercedes no DTM. «Há muita gente em busca de novas direcções para a F1 mas essa não é, decididamente, a certa», referiu Wolff.
«Primeiro não sei como se conseguiria compor uma grelha apenas de mulheres suficientemente competentes. Depois, fiz toda a minha carreira no desporto automóvel como um competidor igual a qualquer outro, porque haveria de me interessar por uma corrida onde só competisse com mulheres? Nem consigo perceber a ideia por trás disto… Há muitas formas de actuar se se quiser ser proactivo a ajudar as mulheres mas organizar uma corrida só para mulheres não é, definitivamente, o caminho certo».
Além de Susie Wolff, a F1 conta este ano com a espanhola Carmen Jorda como piloto de desenvolvimento da Lotus, enquanto no ano passado a Sauber chegou a ter a suíça Simona de Silvestro como «júnior» da equipa. E a mais competitiva piloto feminina da actualidade, a norte-americana Danica Patrick, nunca se mostrou muito entusiasmada com as «piscadelas de olho» que a F1 já lhe fez.