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Implicações do negócio Lotus/Renault na passagem da Red Bull para a Mercedes

A iminente compra da Lotus pela Renault – aparentemente, só um «golpe de teatro» de última hora impedirá o negócio de se concretizar na próxima semana – (re)abre, obviamente, a questão da relação entre a marca francesa e a Red Bull que tão conturbada tem andado este ano. E do desejo que a equipa tetracampeã do Mundo já não esconde de se «lançar nos braços» da Mercedes…

Os últimos tempos têm sido algo… «bipolares», com saltos permanentes entre tentativas de divórcio imediato e juras de cumprimento rigoroso do contrato que liga ambas as partes até finais de 2016. Mas a Red Bull não se cansa de recordar que tem, no acordo com a Renault, uma cláusula que a torna equipa prioritária no fornecimento dos motores o que, aparentemente, parece ser incompatível com o aparecimento de uma equipa oficial da marca francesa já na próxima temporada.

A Renault parece apostada em continuar a fornecer a Red Bull e a Toro Rosso, mesmo com a passagem a equipa construtora, o que será perfeitamente possível, desde que… privilegie a escuderia austríaca com os melhores motores e as principais evoluções. O que nem seria nada de especialmente grave, numa época de 2016 que será, essencialmente, de restruturação da equipa de Enstone.

As outras duas hipóteses que se levantam são, aparentemente, mais estranhas e complexas mas contam com uma ajuda «política» que convém relembrar. Mas já lá vamos… Por inverosímil que possa parecer, a Renault poderia comprara Lotus e manter a equipa a correr com motores Mercedes em 2016, enquanto se mantinha a fornecer os seus propulsores à Red Bull/Toro Rosso. Ou alinhar já em 2016 como equipa «de corpo inteiro» Renault e ajudar a Red Bull a arranjar os motores Mercedes que esta tanto deseja…

Como seriam estas duas hipóteses possíveis? Temos de… sair da Fórmula 1 e recordar que Mercedes e Renault mantêm fortes laços a nível industrial, com uma parceria que se traduz, por exemplo, no desenvolvimento conjunto do Renault Twingo/Smart forfour, no comercial Mercedes Citan (adaptação do Renault Kangoo) ou no fornecimento de motores Diesel da Renault para as famílias A, B e C da Mercedes. Ou seja, a excelente relação existente entre as administrações das duas empresas conseguirá ultrapassar os mais complexos obstáculos que possam colocar a nível desportivo e da F1 em concreto.

Mas será curioso ver como se irá desenvolver o «folhetim» que a compra da Lotus pela Renault (a confirmar-se) irá provocar. Sendo certo que a Red Bull estará a torcer para que tudo dê certo no negócio, pois parece ser a sua única hipótese de se passar para o campo da Mercedes sem ter de pagar uma choruda indemnização à Renault…


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Acerca do Autor

Enviado-especial do jornal «A Bola» a largas dezenas de Grandes Prémios, nunca deixou de reportar sobre o Mundial, tendo nos últimos anos alargado a sua experiência aos comentários televisivos.