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É assim que vão ver os Mercedes nos próximos tempos…

«Ganhámos a corrida do desenvolvimento porque trouxemos poucas coisas que sabíamos que iam funcionar, em vez de trazermos muitas novidades sobre as quais pouco soubéssemos». A declaração é de Nico Rosberg, após vencer o G.P. de Espanha e de se confirmar que a Mercedes recuperou a superioridade exibida na corrida de abertura, na Austrália.

Mas também Toto Wolff aproveitou para, diplomaticamente, dar a sua «bicada» na Ferrari. «Não há milagres na F1, temos de nos manter concentrados, falar menos e fazer mais». Nas três semanas que separaram o final da primeira «tournée» intercontinental do início da temporada europeia, período rido como crucial para introduzir novidades nos carros, de facto quem mais avançou foi a equipa campeã do Mundo. O que não são boas notícias…

Rosberg talvez até tenha razão. A Ferrari levou para Barcelona 36 novos componentes para o SF15-T e os treinos de sexta-feira, disputados com um vento que perturbava o funcionamento dos carros, não permitiu à Scuderia perceber exactamente o que funcionava ou não. De tal forma que, para sábado e domingo, Vettel teve todas as novidades montadas no seu carro enquanto Raikkonen as dispensou todas.

Ou seja, a Ferrari quis estrear tanta coisa ao mesmo tempo que se viu forçada a transformar o G.P. de Espanha… numa sessão de testes para comparar um carro «com tudo» com outro «sem nada». E, mesmo assim, devido a nova má qualificação de Raikkonen, não se sabe até que ponto serão fiáveis as comparações de dados entre os dois carros.

Há, contudo, algo indesmentível: nem na Austrália Vettel ficou tão longe dos Mercedes! Em Melbourne terminou a 34 s de Hamilton, agora ficou a 45 s de Rosberg. E se analisarmos as voltas mais rápidas, os Mercedes estão, de facto, noutra galáxia. Deixemos de lado a melhor volta da corrida, por Hamilton, quando estava verdadeiramente ao ataque a 14 voltas do fim, e fixemo-nos na segunda melhor, a de Rosberg. Pois Raikkonen (com o tal carro sem novidades) fez a melhor volta de um «não-Mercedes» a mais de 0,8 s da marca de Rosberg (e a 1,6 s da de Hamilton…).

É pois, da ordem dos oito décimos a um segundo a diferença dos Mercedes para os Ferrari, numa pista normal – não deverá ser tão grande na «gincana monegasca» que aí vem… esperemos! –, o que significa que os campeões do Mundo voltaram a ganhar terreno. Um balde de água fria para a Ferrari que estava visivelmente convicta de que as evoluções que levava para Barcelona a iam deixar mais perto. Mas Rosberg tem razão: a «batalha» do desenvolvimento foi ganha pela Mercedes… e por muitos!

Assim, tudo indica que, apesar de Vettel dizer que ainda se considera na luta, o título deste ano voltará a ser assunto para os «silver boys», em especial se o Mónaco confirmar o ressurgimento em força de Rosberg. E se assim for, que Toto Wolff tenha razão quando deseja que isso «não acabe com problemas, mas com corridas espectaculares entre eles que é o que o público gosta!».


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Acerca do Autor

Enviado-especial do jornal «A Bola» a largas dezenas de Grandes Prémios, nunca deixou de reportar sobre o Mundial, tendo nos últimos anos alargado a sua experiência aos comentários televisivos.