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Red Bull e o «dossier» motores: mau demais para ser verdade!

A situação em torno da Red Bull está cada vez mais confusa e, agora, assiste-se até a contradições flagrantes entre responsáveis da escuderia, com Christian Horner a abrir a porta a um eventual regresso aos «braços» da Renault, enquanto Adrian Newey afirma não haver qualquer hipótese disso suceder… Ou como a Red Bull não podia ter gerido pior todo o «dossier» da mudança de fornecedor de motores…

Toda a situação parece demasiado amadora para equipa tão profissional… Ao declarar aos quatro ventos que não queria continuar com motores Renault, a Red Bull colocou-se, de imediato, numa posição de fragilidade para negociar fosse com quem fosse. Se uma equipa vai procurar um motor mais competitivo mas, do outro lado, os fornecedores sabem que essa escuderia está sem nada para montar na traseira dos seus carros, ficam imediatamente com a faca e o queijo nas mãos…

Dá ideia de que a Red Bull tinha a certeza absoluta de que a Mercedes não resistiria aos seus encantos, tanto de competência enquanto equipa de F1, como de excelente ferramenta de «marketing» para atrair clientela mais jovem à marca de Estugarda. Em teoria, tudo isto era fantástico e funcionaria muito bem… não fosse o «detalhe» de a Mercedes também perceber que, ao dar-lhe motores, estaria a arranjar um rival de altíssimo calibre que lhe poderia roubar vitórias e protagonismo desportivo. E este «contra» falou mais alto, «tampa» portanto nas pretensões da Red Bull e nada de motores!

A equipa austríaca parece não ter percebido o que estava a suceder e manteve um discurso arrogante e desafiante, com ameaças de abandono. A seguir a nós o dilúvio… Um discurso que a deixou ainda mais frágil na hora de bater à porta da Ferrari, última hipótese, para mais com a Scuderia a sentir-se uma segunda escolha… Claro que nunca teria vida fácil e a Ferrari fez logo saber que motores sim, mas apenas nas especificações de 2015. Óbvio, o que esperavam, que a Ferrari não visse a mesma ameaça que a Mercedes já detectara?...

Se numa relação nos podemos separar vivendo, depois, um período sozinhos, neste caso isso não existe: sem motor a Red Bull pura e simplesmente não poderá correr – e deixamos aqui de lado a Toro Rosso que parece estar com acordo assinado com a Ferrari, embora não se perceba bem qual o sentido da existência desta equipa se a Red Bull acabar… Daí que, de repente, tenha aparecido na Red Bull aquele sentimento de «regresso a casa», de «perdoa-me», de tentar «refazer a vida» com a Renault.

O problema é que, pelo caminho, foram ditas coisas muito graves e o comportamento da Red Bull, nas horas más, para com o parceiro que foi fundamental na conquista de quatro títulos mundiais foi simplesmente lamentável… As feridas abertas são muito profundas e, pior que tudo, que relação de confiança se conseguirá ainda estabelecer? Como referiu o director da Renault Sport F1, com que cara irá convencer a sua administração a manter o fornecimento de motores a quem tão mal fez à imagem da marca francesa?...

Na F1, mais que em qualquer outro desporto, os euros tudo podem e é natural que até acabe por haver um acordo para a Red Bull prosseguir com a Renault, agora que a porta da Mercedes está definitivamente fechada e a da Ferrari praticamente. Mas este é um caso que ficará para na história recente da F1 de como não fazer as coisas… Achincalhar um parceiro que tantos sucessos nos deu e espalhar abertamente que nos queremos ver livres dele antes de assegurarmos uma alternativa… é mau demais para ser verdade!


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Acerca do Autor

Enviado-especial do jornal «A Bola» a largas dezenas de Grandes Prémios, nunca deixou de reportar sobre o Mundial, tendo nos últimos anos alargado a sua experiência aos comentários televisivos.