F1Flash.com - Página Inicial Descubra o izigo.pt

Revolução na Fórmula 1… a que preço?

Começou a discussão sobre os caminhos futuros que a Fórmula 1 deve trilhar para reconquistar os fãs que tem perdido nos últimos anos. E algo em que os principais actores parecem concordar é no claro aumento de potência dos motores, apontando-se já para valores acima dos 1000 cavalos, e em pneus traseiros mais largos para passar tanta cavalagem ao asfalto. Ou seja, música para os ouvidos de quem gosta de carros rápidos, de competição nos limites, de quem defende que a F1 deve ser o pináculo do desporto automóvel.

Até aqui, nada contra, seria fantástico ver estes super-homens do volante a controlar máquinas verdadeiramente infernais, com níveis de aderência acrescidos. Os tempos por volta cairão abruptamente, deixando esta coisa que fará confusão a muita gente de os recordes da maior parte das pistas datarem de… 2004! A Fórmula 1 só poderá tornar-se mais excitante, destrinçando melhor entre os bons e os excepcionais pilotos, valorizando muito mais o talento.

Mas… Convém não deixar de olhar para todo o quadro antes de avançar com a libertação dos «deuses da potência». Mais de 1000 cv e pneus mais largos significará velocidades em curva muitíssimo mais altas que as actuais, a que os pilotos não se furtarão, antes pelo contrário, pois o que lhes está no sangue é explorarem os limites e esticá-los mais e mais. Bom para o espectáculo, sem dúvida, mas com riscos claramente aumentados.

O desporto automóvel é um desporto perigoso e são os que lá andam que maior consciência disso têm. Convém apenas que, no entusiasmo de ver essas máquinas «loucas» e os seus heróis no «fio da navalha», os fãs não se esqueçam de que os riscos também serão maiores no caso de alguma coisa correr mal. Para que, depois, não reapareçam os arautos da falsa moralidade que, ao primeiro revés, vêm gritar contra a crueldade de um desporto que manda os seus gladiadores serem sacrificados nas arenas de asfalto. Por já não suceder, felizmente, há muitos anos, não quer dizer já tenhamos esquecido os aproveitamentos deploráveis feitos das últimas tragédias…


Partilhar.

Acerca do Autor

Enviado-especial do jornal «A Bola» a largas dezenas de Grandes Prémios, nunca deixou de reportar sobre o Mundial, tendo nos últimos anos alargado a sua experiência aos comentários televisivos.