Afinal, Pierre Gasly escusava de ter faltado ao G.P. dos Estados Unidos porque a final do campeonato de Super Formula no Japão, onde ia discutir o título, foi pura e simplesmente anulada! E o problema é que a ausência do francês espoletou uma série de acontecimentos na Toro Rosso como o recurso a Brendon Hartley que deixou Daniil Kvyat numa situação delicada, sem saber se continuará ou não a guiar para a equipa até ao final do ano…
Em Suzuka, onde Gasly procurava ultrapassar o meio ponto que o separava do japonês Ishiura, numa luta que era também entre a Honda e a Toyota, choveu torrencialmente e só se conseguiu fazer a qualificação. Mesmo assim em condições tenebrosas, com a pista repleta de água que levou mesmo Gasly a despistar-se, embora obtendo o 6.º tempo, enquanto o seu rival foi 8.º. Mas, dada a aproximação de um tufão, a organização optou por cancelar a corrida, ficando Ishiura e a equipa Cerumo/Toyota automaticamente campeões…
Sabendo o que sabe hoje, a Red Bull não teria acedido aos pedidos da Honda para que Gasly faltasse ao G.P. dos Estados Unidos, mas agora é fácil falar… A questão é que, entretanto, criou-se um novo problema quando a Toro Rosso recorreu a Brendon Hartley para ocupar o lugar deixado vago por Gasly e para alinhar ao lado de Daniil Kvyat este fim-de-semana. Logo começaram os rumores de que, a partir do México, o francês voltaria à equipa mas que Hartley poderia continuar e ser o russo o sacrificado…
Kvyat – que não fez o primeiro treino livre, com o seu carro guiado pelo indonésio Sean Gelael, mas teve uma boa actuação no segundo, para quem não guiava desde Singapura – não escondeu o seu desagrado: «Não estou feliz com a situação actual… É verdade que, com a falta de competitividade mostrada em Sepang e Suzuka, também não perdi grande coisa, mas que ninguém me entenda mal: é sempre preferível estar ao volante do que a ver na televisão, isso é garantido! Vamos discutir internamente pois tenho ainda dois anos de contrato com a Red Bull, por isso temos de tomar uma decisão em relação à nossa colaboração. E penso que mereço uma clarificação».
Ontem, após os treinos, Helmut Marko não quis confirmar se Kvyat irá, ou não, correr no México, tendo sido bastante lacónico: «Temos de ir com calma, vamos ver como se passa este fim-de-semana e logo decidiremos». Apesar de só ter guiado na primeira sessão, o russo foi 1,3 s mais rápido que o neozelandês, mas este está ainda na sua fase de aprendizagem da F1 e será curioso ver o que ambos fazem hoje na qualificação. Mas há mais pressão sobre Kvyat do que sobre Hartley!