Entre os corajosos pilotos que enfrentam a morte sempre que se sentam ao volante de um Fórmula 1, parece não abundar a… coragem de se olharem olhos nos olhos e dizerem o que lhes vai na alma! Pois quando se esperava que a habitual reunião de pilotos com o director de prova, Charlie Whiting, fosse bem «quentinha», por tudo o que se foi ouvindo ao longo desta semana em relação às «terríveis» manobras defensivas usadas por Max Verstappen… ninguém tocou sequer no assunto!
Parece, de facto, inacreditável, mas foi o que sucedeu e, pelos vistos, a culpa é… da imprensa e dos adeptos da F1! «Foi uma reunião muito calma e pacífica. O problema é que os jornalistas e os fãs pensam que nós, pilotos, temos um problema com o Max», comentou Carlos Sainz. «Eu não tenho problema nenhum com ele, pois ele não me fez nada». Portanto, todas as queixas e opiniões que ouvimos na última semana… nunca existiram.
Por outro lado, o facto de Charlie Whiting se ter reunido sem separado com Vettel e Raikkonen, na tarde de quinta-feira, e com Verstappen, na manhã de hoje, mais o seu próprio «mea culpa», dizendo aos chefes de equipa que talvez devesse ter advertido o piloto holandês com uma bandeira preta e branca terá esvaziado qualquer possibilidade de discussão… Em resumo, um dos pilotos mais experientes (Raikkonen) diz de um dos mais novos (mas que até já ganhou uma corrida) que um dia, com a sua pilotagem, pode matar alguém e isso não é motivo de discussão… «Não, não foi. Acho que discutiram o assunto entre eles e os outros não puseram qualquer objecção», confirmou Sainz.
O que só dá vontade de dar razão a Verstappen quando este diz que ninguém o obrigará a alterar o seu estilo de pilotagem… De facto, para quê?! Para levar um suave ralhete pela manhã, como sucedeu hoje, antes do primeiro treino livre, na sua conversa com Charlie Whiting?... Aliás, o próprio Verstappen, que não quis revelar o teor da conversa com Whiting, esperava uma reunião de pilotos mais longa e tensa que o habitual! Afinal…
O seu chefe de equipa, Christian Horner, revelou que Whiting tinha mostrado algumas repetições de episódios da corrida de Spa em que aconselhou mais calma a Verstappen, avisando-o de que lhe mostrará a bandeira preta e branca – o passo pré-bandeira negra de exclusão –, caso repita as manobras. «Um aviso sereno», definiu-o Horner.