Adrian Newey tem estado particularmente activo nos últimos tempos, desdobrando-se em declarações acerca dos caminhos que a Fórmula 1 deveria tomar, mas não deixa de ser inesperado ouvi-lo defender a introdução de um motor independente, igual para todas as equipas privadas que, assim, teriam uma mecânica com que pudessem competir com os construtores actualmente envolvidos…
«Ter o mesmo motor permitiria ‘congelar’ os regulamentos. Actualmente necessitamos de um orçamento de 200 a 300 milhões de euros para competir, o que é gigantesco e um motor ‘standard’ permitira nivelar os custos», defende Newey, indo ao encontro da proposta avançada por Jean Todt e Bernie Ecclestone, presidentes da FIA e da FOM, respectivamente.
Por «motor único», Newey subentende não só o motor de combustão interna mas também toda a parte electrónica e até o combustível, já que este é um componente crucial para as prestações que se conseguem extrair do propulsor. Isto tornaria a F1, em grande parte, numa fórmula quase monomarca, mas o projectista da Red Bull garante que essa seria a forma de melhorar o espectáculo baixando os custos.
«Os construtores estão, obviamente, contra. E admito que isso tornaria também difícil a chegada de um novo concorrente, como a Audi talvez, mas cabe à FIA fixar as regras e assegurar-se da saúde do campeonato», concluiu Newey um raciocínio que até pode fazer sentido… mas que só aparece após uma época desastrosa para a Red Bull, nomeadamente depois de a Mercedes e a Ferrari terem recusado fornecer-lhe os seus motores.