Agora já não há muito que se possa fazer e a Manor passou mesmo à história da F1… Mas ainda será interessante recuperar a a novela em torno do negócio que esteve muito perto de se concretizar e que podia ter salvo a pequena equipa britânica. Tavo Hellmund, o empresário norte-americano crucial para o regresso da F1 aos Estados Unidos e ao México, liderou as negociações e garante que a solução falhou… por um fio.
«Chegámos a acordar o negócio. Tínhamos um consórcio interessado que ofereceu 22 milhões de libras [cerca de 26 milhões de euros] há cerca de ano e meio», contou Hellmund. «Numa primeira fase o negócio até envolveria Anthony Hamilton, o pai do Lewis. E estávamos a tentar formar uma parceria com um dos construtores, a Mercedes ou a Honda. Chegámos a falar com os dois. Assim podíamos ter motores a um preço mais baixo e ainda receber um piloto».
Segundo Hellmund, a Manor começava a interessar alguns investidores por estar a ser bem gerida, sem ter grandes dívidas. E a perspectiva do 10.º lugar no Mundial era muito atraente… até que tudo desabou no dilúvio de S. Paulo, quando Felipe Nasr conseguiu ser 9.º no G.P. do Brasil com o Sauber, relegando a Manor para o 11.º lugar do campeonato
«O negócio estava praticamente concretizado até que aconteceu o Brasil», recorda Hellmund. «No seco, o carro da Manor era mais rápido…». Mas esse resultado significou uma perda de 15 milhões de dólares em prémios e, provavelmente, outros 30 milhões de receitas indirectas se a equipa tivesse ficado no «top ten».
Uma enormíssima quebra nas receitas que levou os investidores a desinteressar-se quase de imediato do negócio… E a Manor, mais concretamente a «holding» que a detinha, a Just Racing Services, acabaria por entrar em administração judicial em Janeiro, antes de fechar mesmo as portas. «Sentimos que tínhamos chegado ao ‘timing’ crítico para o desenvolvimento do novo carro e é uma pena que todas aquelas pessoas estejam agora sem trabalho…», lamenta Hellmund.